08/03/2019
Apesar da desvantagem, renda aumentou 57% entre os anos de 2004 a 2015, segundo informou o estudo elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP
Escolaridade foi o principal item que influenciou o aumento de renda das mulheres do campo. Os dados fazem parte do estudo “Mulheres no Agronegócio”, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
De acordo com a pesquisa do instituto, o aumento do nível de escolaridade das mulheres ocupadas no setor de 2004 a 2015 respondeu por cerca de 22% do aumento real observado nos rendimentos médios nesse mesmo período, que foi de 57%.
O aumento real observado nos rendimentos médios da mulher no campo, entre os anos de 2004 a 2015 foi de 57%. Neste contexto, o item que mais favoreceu esta alta foi o aumento no nível de escolaridade, com 22%.
Assim como a escolaridade, a idade e região de trabalho também são fatores que ditaram o resultado.
Neste mesmo período, apesar desse avanço, o rendimento médio das mulheres que atuam no agronegócio é de 27% inferior ao de homens ocupados no mesmo setor, o que equivale a de R$ 149,04.
Isso indica que, apesar de a mão de obra feminina apresentar, em média, atributos que justificariam a existência de um rendimento médio superior àqueles pagos aos homens do setor, esta acaba por receber um salário inferior.
“Estes resultados trazem evidências da existência de uma prática adotada pelo mercado de trabalho em precificar atributos observáveis de maneira diferente, em virtude de o trabalhador ser do sexo masculino ou feminino, em favor do primeiro grupo”, afirma o estudo.
Já quando comparado com o rendimento de mulheres que trabalham em outros setores da economia, a mulher do campo sai em desvantagem, recebendo cerca de 37% a menos.
Isso porque a força feminina que atua no agronegócio está em regiões em que a média salarial é mais baixa frente à de trabalhadoras de outros setores. Além disso, as mulheres do agro apresentam um menor grau de instrução e também por ocupar atividades que pagam salários relativamente mais baixos
Escolaridade
Em um cenário mais recente, entre os anos de 2014 a 2015, o estudo avaliou que o rendimento médio de mulheres ocupadas no agro e com 13 anos ou mais de estudo era 154,8% superior àquele recebido por mulheres sem instrução.
Região
No caso do fator regional, trabalhadoras do Sul do país obtiveram maior remuneração média mensal do que ocupadas em outras localidades.
Neste ponto, pesquisadores do Cepea indicam que há evidências de que este comportamento pode estar relacionado aos fatores históricos que contribuíram com a organização agrícola de forma diferente nos vários estados.
Já quanto à diferença apresentada entre as mulheres no agro versus mulheres em outros setores, se deve principalmente ao fato de a força feminina que atua no agronegócio apresentar, em média, menor grau de instrução e também por ocupar atividades que pagam salários relativamente mais baixos. Além disso, muitas mulheres que atuam no agronegócio estão em regiões em que a média salarial é mais baixa frente à de trabalhadoras de outros setores.
Fonte: Canal Rural
UGT - União Geral dos Trabalhadores