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Inteligência artificial deixará ensino mais personalizado no Brasil, diz pesquisa


20/02/2019

As escolas brasileiras devem acompanhar as tendências mundiais ligadas à inteligência artificial e adotar sistemas tecnológicos que tornarão o ensino mais personalizado. 

 

Um estudo elaborado pelo Sesi e pelo Senai projeta que os sistemas tutoriais inteligentes sejam adotados de 11% a 30% nas instituições de ensino brasileiras até 2022.

 

Sistemas tutoriais inteligentes (ITS, na sigla em inglês) são programas computacionais que independem da intervenção constante do professor. Tratam-se de interfaces que permitem o feedback do aluno, monitoram seu desempenho e explicam as resoluções de problemas.

 

De acordo com o estudo, esse tipo de método tende a personalizar o ensino, pois leva em conta a cognição e a afetividade individual. 

 

“O aluno pode estar feliz por ter conseguido resolver um problema ou estar cansado, pois não consegue resolver o problema. Os ITS podem decidir, de forma autônoma, qual a melhor estratégia pedagógica para ser utilizada com o aluno, em cada momento”, diz o relatório, elaborado pela professora Rosa Maria Vicari, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) .

 

Até 2050, a difusão desse tipo de tecnologia pode alcançar de 30% a 50% das escolas do Brasil. Segundo o estudo, a falta de percepção de agentes de ensino sobre a vantagem da ferramenta para a aprendizagem será um entrave para a adoção.

 

O estudo Tendências em Inteligência Artificial na Educação foi produzido a partir da análise da produção científica sobre o tema e do registro de patentes nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Brasil nos últimos três anos.

 

Além de ITS, a pesquisa destaca a ampla adoção (de 31% a 50%) de learning analytics —para a interpretação de dados produzidos por alunos e reunidos a fim de avaliar o progresso acadêmico —e de computação em nuvem, que deve estar presente em até 70% das escolas até 2032.

 

O relatório elenca 28 tecnologias ligadas à IA que serão tendência nos próximos 15 anos, como fones de ouvido wireless, que permitirão a comunicação de pessoas que não falam a mesma língua, óculos e robótica inteligentes, realidade aumentada e realidade virtual.

 

Segundo a pesquisadora, cerca de um quarto da produção científica ligada à inteligência artificial nos últimos três anos é aplicada à área de educação.

 

A pesquisa ouviu especialistas em IA que apontaram ações para estimular o uso de tecnologias pelas instituições brasileiras.

 

Eles sugeriram medidas como linhas de financiamento, capacitação profissional, implementação de projetos-piloto e fomento a linhas de pesquisa sobre psicologia voltada ao processo de educação. 

 

Fonte: Folha de S.Paulo




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