19/02/2019
O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, trabalha na denúncia criminal contra alvos da operação Bullish e mapeou um dano superior a R$ 2 bilhões causados pela JBS ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Deflagrada em maio de 2017, a Bullish mirou supostas irregularidades em aportes de mais de R$ 8 bilhões do banco Público na empresa do grupo J&F, cujos principais acionistas são os irmãos Wesley e Joesley Batista.
Enquanto a denúncia criminal deve ter como alvo os irmãos Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e funcionários do banco, uma ação civil vai cobrar o dano superior a R$ 2 bilhões da empresa do setor de alimentos e proteína animal. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estado.
O grupo J&F assinou um acordo de leniência com a Procuradoria da República em Brasília, mas o procurador Marx não participou do acordo.
Pelo pacto, a empresa já teria se comprometido a pagar cerca de R$ 1,7 bilhão, mas negou ter corrompido funcionários e ter sido beneficiada por decisões internas. Atualmente, o acordo está sendo renegociado e os procuradores envolvidos aguardam o Supremo Tribunal Federal decidir se irá rescindir os acordos de colaboração dos executivos da empresa.
Outro lado. Procurada, a JBS esclarece que no período de 2007 a 2009 os aportes feitos pelo BNDES na companhia se configuraram como investimentos, e não financiamentos. Segundo a empresa, os investimentos "seguiram estritamente a legislação, tendo sido amplamente divulgados, conforme regras da CVM e de acordo com as práticas de mercado. Toda a participação do banco na expansão da empresa se deu por meio de compra de ações, sempre a preços de mercado. De acordo com o Livro Verde, publicado pelo BNDES em 2017, o resultado líquido do banco com a JBS foi positivo e altamente lucrativo".
Já a J&F informou não ter conhecimento da denúncia e ressaltou que "todos os fatos de conhecimento dos colaboradores a respeito desse tema já foram apresentados espontaneamente nos acordos de colaboração premiada e de leniência firmados com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal, ambos homologados pela Justiça".
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores