24/09/2018
A taxa de juros na mínima histórica, a 6,50% ao ano, despertou maior interesse pela Bolsa nos últimos tempos. Mas, a volatilidade do mercado acionário em 2018 tem assustado até os investidores mais experientes. Para não mergulhar de cara no risco, iniciantes têm recorrido primeiro a sistemas de simulação em Bolsa. Neles, é possível “treinar” tal qual ocorre numa plataforma real de pregão eletrônico (home broker), comprando e vendendo ações, por exemplo. A diferença é que usa-se um dinheiro fictício, para que o investidor possa se familiarizar com o ambiente e as ferramentas da renda variável antes de colocar em jogo o seu próprio patrimônio.
O interesse crescente por alternativas de “treino” têm levado empresas de tecnologia a fazer parcerias com corretoras e a lançar mais opções de simuladores no mercado. Elas buscam, assim, abocanhar um segmento de varejo que não recebe tanta atenção como os investidores de alta renda. Isso porque, para o investidor comum, ainda há poucas opções para se simular em renda variável, diferentemente do que ocorre na renda fixa, por exemplo – há diversos sites que simulam taxas e rentabilidade, fazendo comparação entre produtos.
Uma das empresas que começam a se movimentar nesse mercado é a Cedro. Para atrair esse público – que muitas vezes não sabe o que é uma “ordem de compra” de ação, por exemplo –, a consultoria de tecnologia para o mercado financeiro atualizou sua plataforma, a Fast Quote.
Em junho, foi liberada uma versão que permite acompanhar o mercado em tempo real. Antes já era possível praticar, mas as cotações dos ativos tinham um certo delay (atraso). Rodrigo Santos, vice-presidente da Cedro, conta que, com a atualização, “é como se o usuário estivesse operando em ambiente real, tomando risco, administrando sua carteira e vislumbrando os resultados de suas operações”. Quando desejar, ele pode passar a operar “para valer” na mesma interface, explica, com a qual ele já está familiarizado – mas, desta vez, conectado a uma corretora de verdade.
A contratação do serviço diretamente com a Cedro custa R$ 200 mensais. Já via corretoras parcerias, como Mirae e XP, o acesso sai mais barato, e na Guide, de graça. A plataforma tem mais de 16 mil usuários, dos quais 61% são iniciantes.
Já a CellBroker, que desenvolveu a plataforma Tryd, optou por outra novidade: o chamado replay de mercado. A ferramenta, explica o diretor comercial da empresa, Paulo Bandeira, permite investir em um pregão que foi gravado, reproduzindo desse modo o comportamento dos ativos em determinado dia. “Desenvolvemos a funcionalidade sentindo, que nos últimos dois anos, há mais gente procurando treinar”, diz. O simulador custa R$ 190 mensais, mas também sai mais barato em corretoras parceiras, como Spinelli, Modalmais e Terra Investimentos.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores