21/06/2018
Apesar da disparada do dólar nas últimas semanas, o Banco Central decidiu manter a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano, no menor patamar da história. Na decisão anunciada nesta quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC não deu sinais de que vai manter a Selic neste nível nos próximos meses, ao contrário do que fez na reunião anterior, de maio.
A decisão da reunião do Copom – formado pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, e pelos oito diretores da instituição – já era esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 49 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam a manutenção da Selic em 6,50% ao ano.
A cada 45 dias, o Copom calibra o patamar da Selic buscando o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como a Selic é a taxa básica de juros da economia, ela serve como referência para todas as demais taxas cobradas das famílias e empresas.
Com a manutenção da Selic no atual patamar, o Brasil passa a figurar na sétima posição do ranking de 40 países por taxas reais de juros (descontada a inflação). A lista, elaborada pelo portal MoneYou e pela Infinity Asset Management, indica que o juro real no Brasil está em 2,91%. A taxa é inferior a de países como Argentina (23,89%), Turquia (9,40%) e Rússia (4,73%), mas superior a de África do Sul (1,67%), Colômbia (1,16%) e Malásia (1,10%).
Mesmo os economistas que esperavam pela manutenção da Selic admitiam que o cenário para a taxa básica havia se tornado incerto, em função do ambiente internacional, da disparada do dólar ante o real nos últimos meses, da greve dos caminhoneiros iniciada no fim de maio e do cenário eleitoral ainda nebuloso no Brasil. Do encontro de maio do Copom para o desta quarta-feira, 20, o dólar à vista subiu 2,68%, aos R$ 3,77. No ano, a moeda americana acumula ganho de 13,83% ante o real.
Fonte: Estadão
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