12/06/2018
A lista de insatisfeitos com a política de preços da Petrobrás continua crescendo. Depois dos caminhoneiros, o setor da construção civil reclamou ao presidente Michel Temer dos reajustes frequentes. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins, deu como exemplo o aumento recente de 5% no preço do cimento e de 3% no aço provocado pelos combustíveis mais caros. Segundo Martins, a manutenção dessa política pela estatal pode gerar desemprego na construção.
Ele disse aos jornalistas que, se a política de preços da Petrobrás for mantida, será preciso adotar algum ajuste para que “as construtoras sobrevivam”.
O problema levado a Temer é o descasamento entre custos em alta e dificuldade contratual de repassar o aumento aos clientes. O caso mais grave ocorre no setor público. “Como vou incluir no preço de um projeto um aumento de 20% ou 30% como ocorrido recentemente? O Tribunal de Contas da União certamente vai dizer que é superfaturado”, disse. Para pessoas físicas, construtoras podem repassar o aumento a cada ano. “É preciso ter o mínimo de previsibilidade”, afirmou Martins, ao reclamar do monopólio da Petrobrás no Brasil.
O executivo disse que na reunião com Temer tratou apenas da política de preços da Petrobrás e não da tabela de fretes. Mas reconheceu que os temas são relacionados e que a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o tabelamento “pode ser uma saída”. Há pouco mais de um mês a CBIC já havia reclamado da política de preços com Pedro Parente, então presidente da estatal.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores