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Palavra do Presidente: A possível falência da GM e da Chrysler


27/02/2009



Ricardo Patah

O Financial Times, de Washington, noticiou nesta quarta-feira de cinzas de que a GM (General Motors) e a Chrysler correm o risco de irem a falência. Seus diretores estão tentando,junto ao presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, uma ajuda especial adicional em dólares. Para se ter uma idéia dos efeitos dessa crise econômica internacional, a GM precisa de US$ 2 bilhões já a partir de março e de mais U$$ 2,6 bilhões em abril. A Chrysler, por sua vez, vai tentar junto aos cofres da Casa Branca, US$ 4 bilhões. A título de ilustração, a General Motors já havia recebido do governo norteamericano RS$ 13,4 bilhões.

A direção Nacional da UGT considera preocupante essa informação, já que essas duas gigantes da indústria automobilística dos EUA tem unidades no Brasil onde são responsáveis pela geração de milhares de empregos direta e indiretamente. Ao mesmo tempo a notícia de possível quebra da GM e Chrysler é estranha. A marca dessas duas empresas se faz presente em quase todos os países do mundo. E, evidentemente isso representa bilhões de dólares em circulação. Daí a pergunta: Para onde foi todo esse dinheiro a ponto de colocar em risco a saúde" financeiras dessas duas potências ?

O presidente Obama deve estar com a "pulga atrás da orelha". Se negar tal ajuda pode colocar em risco um patrimônio de valor incalculável e comprometer até mesmo o sua linha de ação no campo econômico. Imaginem o que isso poderá causar a nível de Brasil. A falência dessas duas indústrias automobilísticas vai acabar gerando conseqüências irreparáveis no plano sócio-econômico. Será mais um "abacaxi" para o presidente Lula e seus comandados descascarem. Se bem que a equipe econômica do Planalto dificilmente terá um antídoto para evitar os efeitos dessa causa. Afinal de contas, que a questão não foi resolvida na sua base, imaginem aqui.

Mas é bom que o presidente Lula tome isso como exemplo e fique de alerta. Na semana passada a Embraer fez um "limpa" em sua fábrica de aviões, de São José dos Campos, com a demissão de milhares de funcionários. A alegação foi de que, em virtude dessa crise, não vinha recebendo pedidos de novas aeronaves. A UGT sempre alertou o Governo de que empresas se beneficiavam de ajudas financeiras ou incentivos do setor público e, em contrapartida, promoviam demissões de trabalhadores em massa. A proposta da UGT é a de condicionar a liberação desses "benesses" ao não corte de funcionários.

De um modo geral, a situação financeira da GM e Chrysler demonstra que não é conseqüência exclusivamente de uma crise internacional. Acredita-se que isso tenha como causa também a má administração. Até porque, se fossem duas indústrias recentes e inexperientes, poder-se-ia admitir. Mas tratam-se de duas empresas de porte, com quase um século de existência. Assim cabe a pergunta. Para onde foi todo o dinheiro arrecadado nos Estados Unidos e nos outros países onde elas comercializam seus produtos? Será que os diretores e acionistas estão também à beira da falência? Respostas que só o tempo dirá.

(Ricardo Patah é presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores). "


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