14/05/2018
Ameaçado de ficar fora da disputa presidencial em outubro após ser condenado em segunda instância pela Justiça, o ex-presidente Lula desponta como nome preferido dos brasileiros se o 1º turno da eleição fosse hoje e seu nome estivesse na urna eletrônica. No cenário sem o petista, o deputado Jair Bolsonaro (PSC) lidera as intenções de voto. Possível substituto de Lula pelo campo petista, Jaques Wagner atrai pequena parte do eleitorado lulista. Os presidenciáveis alinhados à gestão Michel Temer (PMDB), Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles (PSD), equiparam-se a Wagner e não alcançam 5% da preferência dos brasileiros quando seus nomes são testados. Apontado como nome de fora da política partidária tradicional para a disputa pela Presidência, Luciano Huck (sem partido) tem intenção de voto similar a Geraldo Alckmin (PSDB) no cenário sem o ex-presidente. Na ausência de Lula, destaca-se a alta significativa de intenção de votos nulos ou em branco, que oscila de 24% a 32%, dependendo dos nomes consultados.
Na disputa que inclui Lula, Bolsonaro, Alckmin e Ciro (PDT), entre outros, o petista tem a preferência de 36%, e na segunda colocação está Bolsonaro, com 18%, à frente de Alckmin (7%), Ciro (7%) e do pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias (4%). Com 2% aparecem Manuela d'Ávila, do PCdoB, e Fernando Collor de Mello, do PTC. No mesmo patamar, com 1%, estão Henrique Meirelles, João Amoêdo (Novo) e Paulo Rabello de Castro (PSC). O nome de Guilherme Boulos (sem partido) não atingiu 1%. Votariam em branco ou nulo 19%, e 3% não opinaram.
A comparação com pesquisa realizada no final de novembro de 2017, com cenário similar (com exceção da presença de Collor entre os presidenciáveis, incluído no atual levantamento), mostra um quadro estável: à época, Lula tinha 37%, à frente de Bolsonaro (19%), Alckmin (9%), Ciro (7%) e Alvaro Dias (4%), entre outros. A intenção de votar em branco ou nulo subiu de 14% para 19% no período, e o percentual dos que não opinaram oscilou de 5% para 3%.
A preferência por Lula fica acima da média entre os brasileiros que estudaram até o ensino fundamental (47%), na parcela dos mais pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários (47%) e nas regiões Norte (46%) e, principalmente, Nordeste (60%). A pré-candidatura de Bolsonaro vai melhor entre os homens (25%) do que entre as mulheres (11%), e o deputado também ganha destaque na fatia dos mais jovens (27% na faixa de 16 a 24 anos, ante 38% de Lula), entre os brasileiros com ensino superior (25%, ante 23% de Lula) e na parcela com renda média-alta, entre 5 e 10 salários por família (30%, ante 24% de Lula). No grupo dos que tomaram conhecimento das denúncias da Folha sobre o aumento do patrimônio de Bolsonaro desde seu ingresso na Câmara dos Deputados, não há alteração significativa em sua intenção de voto, que fica em 22%.
Em cenário em que concorreriam também Marina Silva e Luciano Huck, as primeiras posições não se alteram: o ex-presidente Lula mantém a liderança, com 34%, e Bolsonaro, a segunda posição, com 16%. Na sequência, empatados, aparecem Marina (8%), Huck (6%), Alckmin (6%) e Ciro (6%). Em seguida pontuam Alvaro Dias (3%), Collor (1%), Manuela d'Ávila (1%), Amoêdo (1%), Meirelles (1%) e Rabello de Castro (1%). O nome de Boulos não atingiu 1%, e 14% votariam em branco ou nulo, além de 2% que não opinaram.
A inclusão de João Doria como nome do PSDB mostra Lula à frente, com 35%, ante 17% de Bolsonaro, 10% de Marina, 7% de Ciro, 4% de Doria e 4% de Alvaro Dias. Na sequência aparecem ainda Collor (2%), Manuela (1%), Amoêdo (1%) e Rabello de Castro (1%), além de Boulos, que não pontuou. Votariam em branco ou nulo 16%, e 2% não opinaram.
A entrada de Joaquim Barbosa (sem partido) na disputa, com a exclusão de Marina da lista de presidenciáveis, não alteraria o quadro de maneira significativa: com 5%, ele ficaria empatado com Ciro (7%), Alckmin (7%) e Alvaro Dias (4%), e atrás de Bolsonaro (16%) e Lula (37%). Esse cenário traz ainda Collor (2%), Manuela d'Ávila (1%), Rabello de Castro (1%) Amoêdo (1%) e Boulos, que não atingiu 1%. Considerando estes nomes, 17% votariam em branco ou nulo, e 3% preferiram não opinar.
A comparação deste cenário com pesquisa de novembro também mostra um quadro estável: há dois meses, Lula tinha 37%, e era seguido por Bolsonaro (18%), Alckmin (8%), Ciro (7%), Barbosa (6%) e Alvaro Dias (4%), entre outros. A intenção de voto em branco ou nulo passou de 14% para 17% neste intervalo, e 3% preferiam não opinar, mesmo resultado atual.
Sem Lula, Bolsonaro assume a primeira posição, empatado tecnicamente com Marina em um único cenário, quando Doria aparece como nome do PSDB na corrida presidencial. Nesta simulação, o deputado federal tem 20%, e a ex-senadora da Rede, 16%. Em seguida pontuam Ciro (12%), Alvaro Dias (6%), Doria (5%), Collor (3%), Manuela (2%), Jaques Wagner (2%), Rabello de Castro (1%) e Amoêdo (1%). O nome de Guilherme Boulos não atingiu 1%, e 28% votariam em branco ou nulo, além de 4% que não opinaram.
Com Alckmin como presidenciável tucano e Luciano Huck na disputa, Bolsonaro lidera com 18%, e na segunda posição aparecem Marina (13%), Ciro (10%), Huck (8%) e Alckmin (8%). Na sequência pontuam Alvaro Dias (5%), Collor (2%), Manuela (2%), Jaques Wagner (2%), Rabello de Castro (1%), Meirelles (1%) e Amoêdo (1%). A eventual candidatura de Boulos não atingiu 1%, há 24% que votariam em branco ou nulo, e 4% não opinaram.
Neste cenário, há uma dispersão maior de votos nos segmentos em que Lula se destaca quando aparece como possível candidato. Entre os brasileiros com renda mensal mais baixa, por exemplo, Marina (14%), Bolsonaro (12%), Ciro (11%), Huck (9%) e Alckmin (7%) empatam, superados pelo percentual que declara voto em branco ou nulo (27%). Na região Nordeste, a situação é a mesma, com empate técnico entre Marina (12%), Ciro (13%), Bolsonaro (12%), Huck (8%) e Alckmin (5%), e um em cada três potenciais eleitores optando pelo voto branco ou nulo (31%). O cruzamento pelo cenário em que Lula aparece como candidato mostra que a preferência pelo petista migra, principalmente, para votos em branco ou nulo (31%). A candidatura de Marina recebe 15% dos votos de Lula neste cenário, no mesmo patamar da transferência para Ciro (14%). Uma parcela de 8% votaria em Huck, e somente 4% no petista Jaques Wagner.
Também foram testados dois cenários sem Marina, um deles com a inclusão de Joaquim Barbosa e o outro sem o ex-ministro do STF. No primeiro, Bolsonaro tem 19%, e Ciro (12%) divide a segunda posição com Alckmin (11%). Em seguida aparecem Alvaro Dias (6%), Barbosa (5%), Collor (3%), Manuela (3%), Wagner (2%), Rabello de Castro (1%), Amoêdo (1%) e Boulos (1%). Os votos em branco ou nulo somam 31%, e 4% não opinaram.
No segundo cenário sem a senadora da Rede e Lula, há poucas mudanças: Bolsonaro lidera com 20%, e na sequência aparecem Ciro (13%), Alckmin (11%), Alvaro Dias (6%), Collor (3%), Manuela (3%), Meirelles (2%), Wagner (2%), Rabello de Castro (1%), Amoêdo (1%) e Boulos (1%). A parcela que votaria em branco ou anularia o voto atinge 32%, e 4% não opinaram.
O cenário mais completo, incluindo Lula, Barbosa, Marina, Huck, Alckmin, Michel Temer (PMDB), Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles, entre outros, tem o petista na liderança, com 34%, e Bolsonaro na segunda colocação, com 15%. Os demais estão embolados: Marina tem 7%, no mesmo patamar de Alckmin (6%), Ciro (6%), Huck (5%), Barbosa (3%) e Alvaro Dias (3%). Com 1% aparecem Temer, Maia, Collor, Meirelles e Manuela, e há ainda aqueles que não pontuaram, casos de Boulos, Amoêdo e Rabello de Castro. A parcela que votaria em branco ou nulo é de 12%, e 3% não opinaram.
Na intenção de voto espontânea, quando o nome dos possíveis candidatos não é apresentado, Lula é citado por 17% (mesmo resultado atingido em novembro do ano passado), e Bolsonaro, por 10% (similar ao último levantamento, quanto tinha 11%). O ex-governador Ciro Gomes tem 2%, e com 1% aparecem Alckmin e Alvaro Dias. Os demais citados não atingiram 1%. A fatia dos que não souberam apontar nenhum nome é de 48%, em patamar similar ao de novembro (46%). Além disso, 19% declaram votar em branco ou nulo.
Fonte: UOL
UGT - União Geral dos Trabalhadores