14/05/2018
Os dados das vendas de varejo de março mostram que a recuperação da atividade perdeu força no início do ano, afirmou nesta sexta-feira, 11, a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes. Mais cedo, o IBGE informou que as vendas no varejo cresceram 0,3% em março ante fevereiro.
Na comparação do primeiro trimestre com os três primeiros meses de 2017, a alta foi de 3,8%. A pesquisadora do IBGE destacou que, embora tenha sido o quarto trimestre seguido de alta, por essa ótica de comparação - após nove trimestres de queda -, a alta é inferior à verificada no quarto trimestre de 2017 (+4,2%).
"A recuperação continua, mas há redução do ritmo na passagem do quarto trimestre para o primeiro", afirmou Isabella.
Trabalho informal
Segundo a pesquisadora, a dinâmica recente do mercado de trabalho explica a perda de ritmo, com destaque para o crescimento das ocupações associadas à informalidade e à queda do emprego com carteira assinada. O trabalho informal resulta em renda menor e menos acesso a crédito.
"A diferença entre a ocupação formal e a informal começa no salário e termina no acesso ao crédito", disse Isabella.
Taxas ao consumidor
A flexibilização da política monetária ainda oferece impulso limitado ao consumo, na visão de Isabella Nunes. Segundo a pesquisadora, as taxas de juros ao consumidor ainda estão mais elevadas do que em 2014, auge do movimento de crescimento das vendas no varejo.
"A queda de juros aconteceu, mas a taxa pra pessoa física ainda está muito distante de 2014", afirmou Isabella, ao comentar os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que apontou alta de 0,3% nas vendas do varejo em março ante fevereiro.
Fonte: Estadão Conteúdo
UGT - União Geral dos Trabalhadores