18/04/2018
A melhora da expectativa do brasileiro em relação à sua própria situação financeira não se traduziu em uma percepção igualmente mais otimista com o crescimento econômico do país, mostra levantamento realizado pelo Datafolha.
A pesquisa mostra que 46% dos entrevistados acham que sua situação econômica vai melhorar --o percentual era de 43% na sondagem anterior, divulgada em novembro de 2017. Além disso, diminuiu a parcela de brasileiros que veem uma perspectiva pior: são 13%, ante 19% no levantamento anterior.
A melhora ainda é tímida, mas a evolução aproxima o indicador de sua máxima, registrada em julho de 2016, dois meses após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do início do governo de Michel Temer (MDB).
No recorte por faixa de renda, o otimismo com a própria situação financeira é maior entre aqueles que têm renda familiar de até dois salários mínimos: 47% deles confiam em melhora nas condições.
Mas esse otimismo com as finanças não se converte em uma visão mais positiva sobre a economia brasileira. Para 41% dos entrevistados, a situação do país vai ficar como está. A fatia que vê melhora ficou praticamente estável, enquanto a que enxerga piora caiu para 26%.
Nesse ponto específico, o pessimismo é maior entre quem ganha até dois salários mínimos: 27% acham que a situação vai piorar.
A cautela se reflete no boletim Focus, do Banco Central, que vem reduzindo a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) nas últimas quatro semanas. Agora, o crescimento está em 2,76% --estava em 2,83% um mês atrás.
Mas, quando a comparação é com um período mais recente, os brasileiros voltam a ficar menos pessimistas. A parcela que acha que a situação da economia piorou em relação aos últimos meses recuou com mais intensidade --caiu de 61% para 52%.
O Datafolha entrevistou 4.194 pessoas em 227 municípios do país, entre os dias 11 e 13 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Fonte: Folha de SP
UGT - União Geral dos Trabalhadores