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Licitação do Transportes prova que a Prefeitura não se preocupa com o desemprego, afirma Valdevan Noventa


03/04/2018

Cerca de mil ônibus a menos, redução de 149 linhas de coletivos e alto risco de demissões em massa. Esse é o cenário da licitação do transporte público, imposta pela Prefeitura Municipal, um dos maiores desafios de combate do SINDMOTORISTAS (entidade filiada à UGT) e seu presidente Valdevan Noventa. 

 

“Da forma como está, a Licitação do Transportes pode resultar em quase 4 mil pessoas demitidas. Isso prova que a Prefeitura não se preocupa com o desemprego”, afirma o presidente do sindicato, que acredita que apesar dos motoristas e cobradores serem os profissionais mais afetados pelas medidas adotadas pela Prefeitura, eles são os menos ouvidos pela administração municipal. 

 

“Em meio a consulta pública e audiências na Câmara, o Sindmotoristas busca soluções e segue mobilizado para evitar que milhares de pais e mães de família percam seus empregos. O que o Poder Público pretende é a redução de custo a qualquer preço, mesmo que isso comprometa a qualidade dos serviços”, completou. 

 

Durante a primeira rodada de negociação entre o Sindicato e o setor patronal, realizada no último dia 29 de março, a questão foi colocada na mesa pelos empresários que participaram recentemente de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores. 

 

Na ocasião, o SPURBANUSS criticou o texto da licitação, apontando o excesso de exigências e a falta de alternativas para investir na melhoria do sistema. Aliás, vale lembrar que as dificuldades enfrentadas para manter os ônibus nas ruas costumam ser os principais argumentos dos patrões para dificultar o atendimento da pauta de reivindicações da categoria. Com a falta de respaldo da Prefeitura, há ainda mais desculpas para manter ou ampliar os direitos dos trabalhadores. 

 

“Nós, condutores, que somos parte interessada do processo, não fomos convidados para as discussões da licitação. Porém, nem por isso vamos engolir calados as mudanças previstas no transporte público de São Paulo. Em todas as atividades preparatórias da Campanha Salarial, colocamos nossa preocupação em garantir os postos de trabalho, inclusive, dos cobradores”, declarou Noventa que acredita que reduzir a frota de 13.603 para 12.667 vai gerar um caos na rotina de 4 milhões de usuários, além de afetar diretamente a vida de mais de 4 mil trabalhadores em transportes.

 

“Vamos continuar insistindo no diálogo, desde que as portas da Prefeitura e da Câmara estejam abertas para nos receber. O contrário, tomaremos medidas mais drásticas. Não permitiremos que os trabalhadores sejam vítimas de decisões arbitrárias”, finalizou o presidente do SINDMOTORISTAS.

 


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