28/03/2018
Na última segunda-feira, o Banco Central divulgou a taxa média do cheque especial em fevereiro, ficou em 324,1% ao ano, ou 12,7% ao mês. Mas em março, pelo menos nos cinco maiores bancos do País, os juros médios nesse tipo de crédito estão em torno de 331% ao ano, ou 12,9% ao mês.
Indiferentes à queda e na contramão da Selic, que é referência às demais taxas do mercado, os juros do cheque especial parecem engessados nesse nível, desde janeiro de 2017.
De fácil acesso, à disposição do correntista, atualmente é a linha de financiamento mais pesada do mercado, supera até mesmo a do cartão de crédito.
No rotativo do cartão de crédito, o juro médio entre essas mesmas instituições financeiras, este mês, está ao redor de 295,0% ao ano, ou 12,1% ao mês. Abaixo, portanto, das taxas médias de fevereiro que, de acordo com o BC, ficaram em 339,9% ao ano ou 13,1% ao mês.
No ano passado, com a mudança de regras para o financiamento do saldo devedor do cartão, as taxas acabaram caindo. Taxas que são cobradas quando a fatura não é paga integralmente na data do seu vencimento, e pelo prazo de apenas um mês. No fim desse período, a dívida tem de ser renegociada com juros e número de parcelas prefixados.
Além dessa condição, que limitou a situação do rotativo por esse curto período, houve uma distinção entre os juros cobrados no chamado rotativo regular, quando o consumidor paga pelo menos a parcela de 15% da dívida, e no rotativo não regular, quando não há esse pagamento mínimo. Os juros do rotativo divulgados pelo BC representam a média entre essas duas modalidades de financiamento.
Assim que sai do rotativo, o saldo devedor é refinanciado dentro do parcelado migrado. Nessa linha de crédito, o juro vem zanzando em torno de 8,8% ao mês, ou 175% ao ano nos grandes bancos.
Mais baratas
Em níveis inferiores a essas duas linhas mais caras de financiamento, cheque especial e rotativo do cartão, aparecem o crédito pessoal e o crédito consignado como opções ao consumidor.
Embora seja mais barato, o crédito pessoal nem sempre está na prateleira dos grandes bancos e, quanto está, vem com muitas restrições para a concessão. Em março, a taxa média do crédito pessoal está em 76,68% ao ano ou 4,86% ao mês.
Já o crédito consignado é mais acessível a quem recebe seus vencimentos, aposentadoria ou salário por meio de folha de pagamento com crédito em conta corrente. Para o aposentado, o juro médio me março está em 27,35% ao ano; para o servidor público, em 25,20% ao ano e para o assalariado da iniciativa privada, em 38,35% ao ano.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores