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Prática da nova Lei do Benzeno requer divulgação permanente, defendem debatedores na Câmara de Campinas/SP


27/03/2018

A Câmara Municipal de Campinas-SP sediou na última quinta-feira (22) um amplo debate sobre os desafios à aplicabilidade da Lei do Benzeno (16.656/18), que desde janeiro deste ano tornou proibido nos quase nove mil postos de combustíveis do Estado de São Paulo – onde atuam cem mil trabalhadores – a prática do abastecimento veicular além do limite do travamento automático das bombas de combustíveis. A nova norma acaba com a prática do “chorinho”, que faz aumentar em até vinte vezes, nos humanos, os riscos de contaminação pelo benzeno, substância cancerígena presente nos combustíveis.

 

Organizado pelo vereador e médico sanitarista Pedro Tourinho (PT) em parceria com Sindicato dos Frentistas de Campinas e região (SINPOSPETRO-Campinas), entidade filiada à UGT, e o CISSOR – Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco/SP, o evento reuniu em torno do tema: “Lei aprovada – como seguir combatendo a exposição ao benzeno” o autor da medida, o deputado Marcos Martins (PT-SP), o presidente da Federação Estadual dos Frentistas ( Fepospetro), Luiz Arraes, além de Raimundo Nonato de Souza, vice presidente do Sinpospetro-Campinas, e Raimundo Nonato de Sousa (Biro), secretário de Saúde da Fepospetro e diretor do sindicato dos frentistas de Campinas.

 

Na abertura, Pedro Tourinho destacou a luta vitoriosa do Deputado Marcos Martins para fazer avançar a causa da proteção à saúde dos trabalhadores e o trabalho de conscientização desenvolvido pela entidade dos frentistas. O parlamentar Marcos Martins, em sua fala, lembrou os desafios que levaram à mobilização para o banimento do amianto no Brasil ao recomendar aos frentistas que, para “fazer pegar” a nova Lei do benzeno, medida ainda pendente de regulamentação pelo Governador de SP, é importante que seja constante a atuação junto às bases e à população em geral. – É um “trabalho de formiguinha” mas que dá resultado – afirmou.

 

Também da mesa, Luiz Arraes chamou de impressionante o êxito do deputado Marcos Martins na derrubada do veto do Governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Lei, após tê-la aprovado a Assembleia Legislativa de São Paulo. “ É lamentável que a atitude, abertamente contrária à saúde do trabalhador, tenha partido de um Governador, que ainda por cima se autodeclara médico de profissão” – criticou Arraes. O sindicalista destacou que o fato é revelador de que continua nas mãos da classe dominante a agenda das grandes decisões do país – e alertou: “Esse cenário dá a dimensão do grau de responsabilidade daqueles que tem por ofício a defesa dos direitos dos trabalhadores”.

Sobre o trabalho que vem sendo feito em divulgação à nova Lei, Arraes falou sobre a terceira fase da campanha “Benzeno não é Flor que se cheira”, ação que envolve quinze meses de atividades em saúde em postos de todo o Estado de SP em parceria com o Ministério Público do Trabalho e Bauru/SP. Ele também falou da participação na atividade dos dezesseis sindicatos filiados à Fepospetro bem como do apoio da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro, entidade que é presidida por Eusébio Pinto Neto (RJ).

 

O mesmo ponto de vista sobre a incoerência da atitude do Governador e médico Geraldo Alckmin, de tentar brecar a Lei do Benzeno, foi compartilhado por Raimundo Nonato de Souza, vice-presidente do Sinpospetro-Campinas. Ele reafirmou o compromisso do Sinpospetro-Campinas de seguir investindo na conscientização como forma de transformar a realidade de riscos a que estão expostos trabalhadores e trabalhadoras e lembrou que situação é potencialmente pior para a saúde das frentistas gestantes e lactantes, no que foi acompanhado pelo Deputado Marcos Martins.

 

Raimundo Nonato de Sousa ( Biro), secretário de Saúde da Fepospetro e diretor do Sinpospestro-Campinas concluiu o debate com fala sobre a dinâmica do curso “Na Pista”, atividade que em três anos já levou há mais de setecentos trabalhadores informações sobre os efeitos nocivos do benzeno para a saúde. O sindicalista celebrou ainda a publicação da Portaria 1.109 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a qual prevê, ao longo de 72 meses, nos postos de combustíveis de todo o país ao longo alterações que farão destes locais ambientes mais seguro para os trabalhadores, consumidores e o também o Meio-Ambiente.

 


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