20/03/2018
Reivindicando reajuste salarial, os trabalhadores auxiliares de transportes aéreos vão paralisar os seus serviços nessa quarta-feira (21), no aeroporto internacional de Guarulhos. O SINTEATA (sindicato da categoria, filiado à UGT) marcará presença no local, após protocolar grave denúncia contra a INFRAERO.
De acordo com o presidente do SINTEATA (Sindicato dos Trabalhadores Auxiliares em Transportes Aéreos), Paulo Henrique, foram praticamente cinco meses de negociação salarial sem avanço, resultando em manifestações nos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Campinas. “Por meio de uma assembleia geral, aprovamos a deflagração da greve. Os trabalhadores chegaram no limite”, informou.
A paralisação foi anunciada para essa próxima quarta-feira (21), a partir das 23 horas, no aeroporto internacional de Guarulhos. “Estamos desde novembro realizando tratativas para a renovação da CCT. De lá pra cá já foram realizadas cinco reuniões com a entidade patronal, todas improdutivas. Os patrões têm se mostrado intransigentes, oferecendo como reajuste apenas o índice do INPC. Não o bastante, eles têm proposto a exclusão de algumas conquistas da nossa Convenção Coletiva, o que é um verdadeiro absurdo”, afirmou Paulo Henrique, completando que a entidade patronal tem se recusado a formalizar qualquer proposta elencada nas reuniões.
Conforme o sindicato, as empresas querem excluir o pagamento referente aos domingos trabalhados “O domingo dobrado é o direito que as empresas mais insistem em tirar com a alegação de que prejudica a sobrevivência das empresas. No entanto, esse pagamento é feito pelas empresas aéreas (contratantes das terceirizadas) que nunca mensuraram tal retirada”, explicou.
SINDICATO PROTOCOLA DENÚNCIA CONTRA A INFRAERO
De acordo com Paulo Henrique, a INFRAERO vem adotando práticas indevidas e descumprindo deliberadamente as normas de segurança aeroportuárias, o que motivou o sindicato a protocolar denúncia junto à ANAC. “A INFRAERO com o intuito de enfraquecer o movimento dos trabalhadores, juntamente com as empresas do ramo, passaram a orientar que os profissionais entrassem pelo portão de embarque dos passageiros, o que é proibido”, denunciou Paulo.
“(...) Esses profissionais só podem entrar pelo portão C, usualmente conhecido como Charlie, portando os seus crachás de identificação. No entanto, visando atrapalhar as ações sindicais, essas exigências deixaram de existir. Tal prática coloca em risco a segurança da população e a dos próprios trabalhadores, pois pessoas que não trabalham no aeroporto também podem acessar a pista, causando transtornos incalculáveis (...)”, informa o documento.
REIVINDICAÇÕES
Os trabalhadores querem, no mínimo, o reajuste nos pisos, salários e benefícios em 3%, equivalente ao INPC de 2017 (2,07%) e aumento real de 0,93%. Além da manutenção de cláusulas que garantem benefícios conquistados ao longo dos anos, tais como o “Benefício Social familiar”; o pagamento dos domingos dobrados, e o PRL (Programa de Participação de Lucros e Resultados).
UGT - União Geral dos Trabalhadores