22/02/2018
Um levantamento sobre o acesso à televisão no País traduz as dificuldades enfrentadas pelo governo para migrar o País para a TV digital e abolir de vez o sinal analógico em todo o território brasileiro. Em 2016, 6,9 milhões de lares ainda eram dependentes exclusivamente do sinal analógico para acesso à televisão, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua – TIC 2016) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 21.
Do total de residências com televisores no País, 10,3% não tinham aparelho com conversor, nem recebiam sinal por antena parabólica, nem tinham serviço de televisão por assinatura. “No País, há 1,9 milhão de domicílios sem televisão, então esses já não seriam alvo da política (de mudança do sinal analógico para o digital). O total de domicílios que não teriam alternativa ao desligamento do sinal analógico são esses 6,9 milhões”, frisou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.
A maior parte dos domicílios que estavam despreparados em 2016 para o sinal digital está no Sudeste (2,6 milhões) e Nordeste (2,3 milhões). Nas demais regiões, foram registrados 936 mil lares no Sul dependentes exclusivamente do sinal analógico de televisão; 704 mil no Norte; e 430 mil no Sul.
O processo de desligamento do sinal analógico da TV aberta é coordenado pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que conta com representantes da Anatel, Ministério das Comunicações, empresas de telecomunicações e radiodifusores.
O cronograma original teve que ser modificado algumas vezes, para adiar o desligamento do sinal analógico em áreas onde a distribuição de kits de conversores não atingiu a meta estipulada no prazo previsto.
Interior paulista. Segundo o Ministério das Comunicações, 45 municípios das regiões de Ribeirão Preto e Franca, no interior de São Paulo, terão o sinal analógico de TV totalmente desligado a partir da meia-noite desta quarta-feira (21), abrangendo uma total de 2,1 milhões de habitantes. São os municípios de Altinópolis, Barrinha, Brodowski, Cravinhos, Jaboticabal, Jardinópolis, Luís Antônio, Morro Agudo, Orlândia, Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral, na região de Ribeirão Preto.
Já na área de Franca, são as cidades de Aramina, Barretos, Batatais, Buritizal, Colina, Colômbia, Cristais Paulista, Franca, Guaíra, Guará, Igarapava, Ipuã, Itirapuã, Ituverava, Jaborandi, Jeriquara, Miguelópolis, Nuporanga, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Rifaina, São Joaquim da Barra e São José da Bela Vista
Na última segunda-feira 19, o Gired decidiu adiar para 28 de agosto o desligamento nas regiões de Juazeiro do Norte e de Sobral, no Ceará, porque o grupo alvo de nove municípios tampouco atingiu o porcentual necessário para autorizar o desligamento. Foi o segundo adiamento nessas cidades.
Segundo nota divulgada pelo ministério esta semana, permanecem as ações de conscientização dos moradores para mudança do sinal e distribuição de conversores digitais. “Os aparelhos permitem que famílias beneficiárias de programas sociais do governo federal possam receber o sinal digital em televisores de tubo”, informou o comunicado.
Segundo a Pnad Contínua – TIC 2016, a televisão estava presente em 67,4 milhões (97,2%) de domicílios no País, onde havia cerca de 102,6 milhões de aparelhos de TV: 63,4% de tela fina e 36,6% de tubo.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores