22/02/2018
O Banco do Brasil viu seu lucro líquido ajustado —que desconsidera efeitos de receitas e despesas extraordinários— crescer 54,2% no ano passado, para R$ 11,06 bilhões, em meio a um cenário de diminuição de despesas administrativas, redução da provisão contra calotes de clientes e aumento das receitas com prestação de serviços.
O banco seguiu colhendo os frutos da campanha de forte contenção de gastos implementada pelo presidente-executivo Paulo Caffarelli, desde que assumiu em maio de 2016.
As despesas administrativas caíram 5,54%, enquanto a reserva contra calotes foi reduzida em 10,3%, anunciou o banco nesta quinta-feira (22)
"Nossas receitas com prestações de serviços e tarifas bancárias cresceram 9,0% em relação a 2016, o que demonstra o sucesso da evolução da nossa estratégia de relacionamento com os clientes, principalmente com a utilização de novas tecnologias", afirmou o banco em documento de comunicação ao mercado.
Refletindo a economia brasileira ainda fraca depois de dois anos de forte recessão, a carteira de crédito do BB fechou 2017 em R$ 681,3 bilhões, queda de 3,8% sobre o ano anterior, puxada sobretudo pela contração de 9,3% nos empréstimos para empresas.
QUARTO TRIMESTRE
No quarto trimestre, o maior banco do país por ativos teve lucro líquido ajustado de R$ 3,188 bilhões no quarto trimestre, salto de 82,5% ante mesmo período de 2016.
Numa frente, a despesa de outubro a dezembro com provisão para perdas esperadas com calotes somou R$ 5,6 bilhões, recuo de 24,7% ano a ano e de 10% ante o trimestre anterior. Foi o menor volume desde o terceiro trimestre de 2015.
Esse movimento acompanhou o índice de inadimplência acima de 90 dias, que caiu 0,2 ponto sobre o trimestre anterior para 3,74% no trimestre, embora ainda tenha ficado 0,45 ponto acima do último trimestre de 2016.
Além disso, a despesa administrativa, incluindo pagamento de salários, foi de R$ 8,24 bilhões no trimestre, montante 4,4% menor do que um ano antes, na esteira de um ajuste que envolveu o fechamento de 660 agências e um programa de demissão voluntária de quase 10 mil empregados ao longo de 2017.
O BB conseguiu um avanço de 6,6% de suas receitas com tarifas, para R$ 6,74 bilhões. O aumento foi de 2,6% contra o trimestre imediatamente anterior.
Com isso, o retorno do BB sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, deu um salto de 5,3 pontos percentuais contra o último trimestre de 2016, chegando a 12,5% em termos ajustados. No critério contábil, o salto foi de 9,1 pontos, a 13,6%.
PREVISÕES
Para este ano, o BB previu que terá lucro ajustado de 11,5 bilhões a R$ 14 bilhões, aumento frente aos R$ 11,1 bilhões registrados em 2017, mesmo com estimativa de fraco crescimento da carteira interna de empréstimos, de 1% a 4%.
Isso porque o BB previu que sua despesa com provisão para perdas com inadimplência, líquida de recuperação, cairá em 2018 para a faixa de R$ 16 bilhões a R$ 19 bilhões, após ter sido de R$ 20,1 bilhões no ano passado.
O banco também previu aumento de 4% a 7% das receitas com tarifas, ritmo superior ao previsto para a evolução das despesas administrativas, de 1% a 4%.
Fonte: Folha de SP
UGT - União Geral dos Trabalhadores