08/02/2018
A Unicamp planeja expandir a aplicação do vestibular no estado de São Paulo e região Nordeste na edição 2019, segundo a comissão organizadora da prova (Comvest). Este será o primeiro processo seletivo em que a universidade implementará cotas étnico-raciais e outras mudanças, como a criação de um vestibular indígena, com objetivo de elevar a inclusão social.
De acordo com a instituição, pelo menos uma capital deve ser incluída na lista que já inclui quatro metrópoles, entre elas, Brasília (DF) e São Paulo (SP). No vestibular 2018, a Unicamp também voltou a aplicar o exame em Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE), onde foram registrados desempenhos positivo dos candidatos, afirma o coordenador executivo da Comvest, José Alves Freitas Neto.
Segundo ele, a universidade cogita levar o vestibular para o estado do Rio de Janeiro, mas a tendência é de que seja selecionada uma nova capital na região nordeste. "No Rio há muitas universidades federais, então teríamos uma disputa que talvez não seja tão interessante", explica.
Por outro lado, destaca Freitas Neto, o número de municípios paulistas deve subir na relação. A edição mais recente teve 30, além da capital, após inclusão de Indaiatuba (SP) e Valinhos (SP).
"Talvez mais algumas cidades [...] A gente pode falar das áreas onde nossa cobertura é pequena, como noroeste paulista. Fernandópolis (SP), Votuporanga (SP)... É uma hipótese também, porque algumas pessoas chegam a viajar mais de 200 km até o polo mais próximo para fazer a prova, e assim a universidade também consegue contemplar todo o estado de São Paulo", avalia.
Por outro lado, Registro (SP) pode deixar a lista de aplicação do exame. "Temos casos de cidades com baixo índice de aprovados e, talvez, isso mereça ser avaliado [...] No caso de Registro, tivemos 250 inscritos, 36 classificados para a segunda fase e apenas dois aprovados. Tem uma função social em mantê-la, por ser uma região carente do estado, mas é preciso avaliar, porque se o aluno é de rede privada e está entrando em medicina, ele conseguiria ir até São Paulo ou Sorocaba."
Avaliações
Questionado sobre as regiões Norte e Sul do país, Freitas Neto lembra que, no primeiro caso, a retomada da aplicação das provas em capitais dependeria de análises como a taxa de concluintes do ensino médio, além da projeção sobre o número de candidatos que, se aprovados, efetivamente fariam o curso na universidade que tem campi em Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (PS).
Já sobre a área Sul, ele conta que a universidade já realizou uma pesquisa em Santa Catarina e, "aparentemente", não há interesse no deslocamento dos candidatos para a região de Campinas. "Fizemos contatos com escolas, redes de professores e temos estudos de anos anteriores."
Projeção de inscritos
Apesar da implementação de propostas que visam elevar a inclusão social na Unicamp, o coordenador da Comvest acredita que a Unicamp manterá faixa de 80 mil inscritos no vestibular. Em 2018, foram contabilizados 83,7 mil candidatos, recorde após alta de 14% sobre o ano anterior.
O cronograma do vestibular 2019 deve ser definido até 2019 e as alterações só serão efetivadas caso recebem aval da Câmara Deliberativa da comissão, informou Freitas Neto.
Fonte: G1
UGT - União Geral dos Trabalhadores