23/01/2018
Em relatório sobre as “Perspectivas do Emprego e Questões Sociais”, a agência da ONU estima que a taxa no Brasil deve cair para 11,9% em 2018, ante 12,9% em 2017. Significa que o número de desempregados no país deve cair de 13,4 milhões para 12,5 milhões.
Na sua projeção, a OIT estima crescimento de 1,5% do PIB no Brasil este ano, bem modesto comparado à taxa de 3% que o mercado utiliza atualmente.
“A recessão no Brasil foi tão forte que o país tem uma enorme capacidade para recuperar e a volta da demanda melhora a situação do mercado de trabalho”, diz Stefan Kuhn, principal autor do relatório.
Para 2019, a taxa de desemprego no país deve prosseguir sua queda para 11,2%, reduzindo o contingente de pessoas sem trabalho para 12 milhões. Mas será ainda quase o dobro dos 6,7 milhões desempregados em 2014.
Ou seja, o mercado de trabalho brasileiro dentro de dois anos ainda estará longe de recuperar as perdas sofridas durante a pior recessão dos últimos tempos.
A incidência de emprego informal, sem proteção social, continua sendo importante também entre empresas formais no Brasil, segundo a entidade. A taxa do trabalho informal no emprego total no Brasil é estimado em 46%, comparado a 58% na média na América Latina.
Na região, a economia voltará a crescer graças principalmente à melhora esperada no Brasil. Nesse cenário, a taxa de desemprego deve cair também na Argentina e Costa Rica, mas menos que no Brasil. Mas poderá subir um pouco no México, para 3,6%, um terço da taxa brasileira, assim como na Colômbia, Chile e Equador.
O relatório foi divulgado na véspera do Fórum Econômico Mundial, onde uma pesquisa feita com especialistas aponta como principal risco para fazer negócios em 2018 justamente o desemprego e subemprego, vistos como “problema corrosivo” em vários países.
A OIT é incisiva: a economia mundial ainda não está criando um número suficiente de empregos. A economia global se recupera mas, com a expansão da força de trabalho, o desemprego deve permanecer no nível similar do ano passado, atingindo mais de 192 milhões de pessoas.
A economia internacional crescerá em 2018 mais do que em 2017 principalmente pelo forte desempenho dos mercados de trabalho nos países desenvolvidos e em certa medida nos emergentes, segundo a agência da ONU.
Mas o emprego vulnerável está em alta globalmente, atingindo 1,4 bilhão de pessoas. “Há mais pessoas trabalhando, mas ainda assim vivendo em situação de extrema pobreza”, diz Kuhn.
Nos países em desenvolvimento o progresso na redução da pobreza é muito lento, em meio à expansão da força de trabalho. A participação das mulheres continua abaixo daquela dos homens, obtendo empregos menos qualificados e salários inferiores.
No exame de mudanças na composição setorial do emprego, a OIT nota que a área de serviços será o principal motor do futuro crescimento do emprego. Já os postos de trabalho na agricultura e indústria continuam a declinar.
Fonte: Valor Econômico
UGT - União Geral dos Trabalhadores