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Governo começa a acatar proposta anti crise da UGT


23/01/2009



Setores do governo já estão adotando parcialmente as propostas da UGT (União Geral dos Trabalhadores) no combate à crise econômica. O próprio presidente Lula tem alertado banqueiros e empresários, para que não haja demissões de trabalhadores, especialmente naquelas empresas beneficiadas com incentivos fiscais ou financiamentos. Até mesmo o ministro Guido Mantega, da Fazenda chegou a dizer, quando anunciou a liberação de R$ 100 bilhões para financiar empresas, para que não se ocorra demissões em massas.

O Secretário Geral da UGT, Canindé Pegado, disse que isso é muito bom, porque demonstra que a UGT está correta na elaboração das propostas. Pegado, inclusive, participou das reuniões com o ministro Carlos Luppi, do Trabalho e Emprego e com o próprio presidente Lula, oportunidade em que as propostas contra a crise foram entregues pessoalmente a cada um deles.

Depois da reunião no gabinete do Ministério do Trabalho, Luppi passou a defender as idéias da UGT, como a de se condicionar empréstimos às empresas, à não demissão de trabalhadores, chegando até mesmo a se indispor com alguns setores empresariais.

Na quinta-feira (22), o governo liberou mais R$100 bilhões para o BNDES financiar empresas neste ano. O valor equivale a 10% da dívida do setor público ou 8,3% do PIB brasileiro(R$ 1,2 trilhão). Com os novos recursos, que virão do Tesouro, o BNDES vai ter R$ 166 bilhões para emprestar, 84,4% mais que em 2008.

Porém, o ponto importante dessa medida foi o posicionamento do ministro Mantega que vinculou os desembolsos à manutenção dos empregos. Isso, inclusive, consta dos contratos de financiamento . Guido Mantega foi enfático ao afirmar de que haverá fiscalização severa por parte do governo para o seu cumprimento, embora não tenha anunciado as penalidades a que estarão sujeitos os descumpridores das normas.

O presidente Lula disse ter ficado assustado" com as demissões em dezembro e que os bancos oficiais têm de diminuir seu "spread" (diferença entre a taxa que pagam e a que repassam aos clientes). Os dois temas foram alvos de debates por parte de toda a diretoria da UGT e estão inclusos em suas propostas para o governo enfrentar a crise.

O secretário Canindé Pegado lembra que a UGT, ao elaborar suas propostas, concluiu não ser justo o que vem acontecendo, como empresas que recebem dinheiro emprestado de bancos oficiais ou se beneficiarem de incentivos do governo e logo em seguida dispensar trabalhadores. "Para nós, é bom ver que o governo começa a falar a mesma língua da UGT, o que nos representa uma vitória na atual na presente conjuntura", conclui Canindé Pegado."


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