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Notícias

Propostas da UGT contra a crise chamam atenção da mídia.


12/01/2009

A entrega das propostas da UGT para combater a crise econômica obteve grande repercussão em toda mídia (ver link vídeos ). Diversos veículos de comunicação registraram o encontro dos dirigentes da UGT, com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, na manhã de terça-feira em Brasília, onde o presidente da central, Ricardo Patah, entregou ao ministro um documento através do qual a UGT se posiciona contra a redução de salários e apresenta alternativas para enfrentar a crise.

Jornal Valor Econômico

Ministro quer trocar acesso a crédito oficial por manutenção de emprego

Arnaldo Galvão, de Brasília

14/01/2009

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou a criação de um conselho tripartite para acompanhar contrapartidas sociais das empresas beneficiadas com financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Depois de reunir-se, ontem, com o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, Lupi defendeu que as empresas que usam recursos do FGTS e do FAT sejam obrigadas a manter empregos e reiterou que que o governo ainda está estudando essa possibilidade.

As empresas têm de garantir emprego ou o governo terá de rever essas linhas de financiamento. Não há motivo para demitir", criticou. Os nomes de representantes de empregadores e empregados para compor o conselho ainda estão sendo enviados ao governo, mas a portaria que oficializa sua criação foi editada há poucos dias.

Se o governo acatar a proposta defendida pelo ministro do Trabalho e pelos sindicalistas, uma provável punição seria cortar o crédito com recursos desses dois fundos, indicou Lupi, que voltou a lembrar que, antes da crise, quando os empresários cansaram de ganhar dinheiro, não chamaram os trabalhadores para dividir o lucro.

O ministro recomendou "muito cuidado" aos trabalhadores nas negociações de acordos de reduções de jornada e salário. Acha que "tem muita gente querendo ganhar dinheiro na crise". Admitiu que alguns setores, principalmente os mais sensíveis à exportação e ao crédito, estão sendo mais prejudicados, mas esse problema não é generalizado, na sua avaliação.

Os números negativos do emprego industrial em novembro, divulgados ontem pelo IBGE, não surpreenderam o ministro. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais amplos, já vinham mostrando, desde outubro, o impacto da crise sobre o emprego. Em outubro, o Caged teve saldo de apenas 60 mil postos de trabalho celetistas e novembro foi muito pior, com perda de 40 mil vagas. Sobre dezembro, o ministro afirmou que o tradicional déficit de aproximadamente 300 mil empregos deverá ser "bem maior". Na segunda-feira, Lupi vai divulgar os números de dezembro do Caged.

O ministro admitiu que a reivindicação de alguns sindicalistas para acrescentar duas parcelas ao seguro-desemprego pode ser decidida antes da reunião ordinária do Conselho Deliberativo do Fundo da Amparo ao Trabalhador (Codefat), marcada para março. Explicou que, se isso for autorizado, não terá caráter geral, mas será dirigido aos setores mais afetados pela crise. "O presidente está muito preocupado com o emprego porque isso é o coração da economia", comentou o ministro do Trabalho, após reunião com o o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem à noite, no Palácio do Planalto.

O Valor revelou ontem que os pedidos de seguro-desemprego, em 2008, tiveram aumento de 6,77% sobre o ano anterior. Apesar disso, o número de trabalhadores beneficiados foi 4,84% menor que em 2007: 5,8 milhões de pessoas receberam ou começaram a receber parcelas do benefício. "Janeiro e fevereiro serão fracos em termos de emprego, mas março terá o início da recuperação. Até lá, as medidas de estímulo adotadas pelo governo começarão a dar resultados", comentou Lupi.

No encontro de ontem com o ministro, o presidente da UGT levou 14 sugestões de medidas emergenciais relacionadas diretamente com o emprego e outras 13 propostas estruturais para estimular a demanda interna.

Jornal Zero Hora

Pacote para salvar emprego

Governo federal deve lançar medidas na próxima semana para conter demissões

Preocupado com o impacto da crise, o governo federal prepara medidas para conter demissões. O objetivo é evitar que o agravamento do mercado de trabalho se torne uma tendência ao longo do ano. As propostas ainda não estão fechadas, mas algumas delas devem ser anunciadas na próxima semana.

Ontem à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que esboçou duas propostas (a terceira já está em estudo):

1O compromisso de manutenção de empregos por parte de empresas que tiveram financiamento com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - leia-se Caixa Econômica Federal - e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) - no caso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

2Punir com a suspensão do crédito nos bancos oficiais a empresa que se beneficiar de ações do governo e ainda demitir empregados.

3 Aumentar para até 10 o número de parcelas do seguro-desemprego. Hoje, varia de três a cinco.

No encontro de manhã, numa reunião com outros ministros, Lula disse que o primeiro trimestre será balizador para ver qual deve ser a real sequela da crise no país.

- Seria ilusão achar que não ia haver demissões. A crise vem de fora para dentro, e as coisas não têm sido feitas só a partir de Brasília, o presidente tem conversado com empresários de todo o país e de todos os setores. Esses três meses darão um norte para o cenário da economia em 2009, e não se pode errar nas medidas - afirmou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, presente ao encontro.

Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a perspectiva é de redução no ritmo de criação das vagas ou até queda no nível de emprego no primeiro trimestre, segundo o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) André Luiz Leite Chaves:

- O maior ou menor impacto (sobre o nível de emprego) vai depender das medidas que o país vai adotar.

Antes de se reunir com Lula, Lupi recebeu a União Geral dos Trabalhadores, que levou propostas para interromper o ritmo das demissões. Entre as quais a exigência de que as empresas que receberem dinheiro ou benefícios públicos sejam obrigadas a garantir contratualmente os empregos. Lupi disse que ainda não há uma decisão sobre como isso pode ser feito, mas voltou a defender a exigência de contrapartidas sociais dos empresários.

Ocupação na indústria tem maior queda em cinco anos

Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o emprego na indústria caiu 0,6% em novembro ante outubro, a maior queda desde outubro de 2003, além de recuo na renda (confira quadro abaixo). Para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, o resultado não foi surpresa:

- Já tínhamos sentido na prática os efeitos e, em janeiro, será ainda pior.

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), insistiu na defesa da flexibilização dos direitos trabalhistas e rejeita a exigência de manutenção dos empregos. Mas um item une empresários e sindicatos (e boa parte do próprio governo) neste momento: é a cobrança de redução da taxa básica de juro por parte do Banco Central. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana."


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