31/10/2017
O seminário nacional da UGT “Jornada 2030: Promovendo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, promovido pela UGT Nacional e UGT do Paraná e realizado entre os dias 29 a 31 de outubro, no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu, mobilizou sindicalistas, intelectuais e representantes do movimento social, com destaque para a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Quando a pauta enfocou os títulos “Cultivando Água Boa” e “Sem Óleo na Rede”, o coordenador da mesa debatedora, Miguel Salaberry Filho, secretário nacional da UGT, fez colocações pontuais a respeito da questão hídrica. O sindicalista resgatou o tema da poluição das reservas ambientais, citando o caso da tragédia de Mariana, quando foram rompidas duas barragens da mineradora Samarco, em 5 de novembro de 2015, que deixou 19 pessoas mortas, destruiu distritos e devastou o leito do Rio Doce em Minas Gerais e no Espírito Santo. Salaberry cobrou das autoridades a punição dos responsáveis, até hoje impunes.
PERMISSÃO OFICIAL PARA POLUIR
O ugetista também acusou o governo federal de admitir a exploração de reservas ambientais na Amazônia, tendo de recuar em razão da forte rejeição provocada. Além da Floresta, o rio Amazonas seria alvo da degradação, por receber rejeitos poluentes ao longo das margens ciliares.
Ao denunciar o Governo Temer, Miguel Salaberry Filho lembrou a decisão da Justiça do Trabalho do Distrito Federal, de 24 de outubro, que determinou a divulgação da chamada "lista suja" do trabalho escravo, que relaciona os empregadores que sujeitaram trabalhadores a condições análogas às da escravidão.
Figurando na lista, a JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, que opera no processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango e no processamento de couros. Um dos sócios do frigorífico, o empresário Joesley Batista, é réu confesso de crimes de corrupção com políticos, tendo gravado conversa na residência oficial do presidente da República.
A publicação da portaria 1.129/2017, do Ministério do Trabalho, em 16 de outubro, alterava o conceito de escravidão contemporânea, na prática, e dificultando a fiscalização contra o trabalho escravo no País. A medida veio contemplar pedidos da bancada ruralista, composta por cerca de 120 deputados, além de representantes do setor têxtil e da construção civil, também representados direta ou indiretamente no Congresso.
UGT - União Geral dos Trabalhadores