26/10/2017
Representantes das seis centrais sindicais brasileiras estiveram reunidos, nesta quinta-feira (26), na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo. O encontro aconteceu para definir detalhes da Manifestação que as entidades realizarão em 10 de novembro.
Intitulada “Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Direitos”, a manifestação, que acontecerá um dia antes de entrar em vigor as mudanças na Legislação Trabalhista, terá como objetivo informar a sociedade sobre os efeitos da dessa ação promovida pelo governo federal.
Os sindicalistas estão desenvolvendo cartilha explicativa e realizarão, a partir da próxima semana, panfletagem na porta de estabelecimentos comerciais, em fábricas, estações de metrô, pontos de ônibus, entre outros locais para alertar o maior número possível de trabalhadores que, muitas vezes, ainda não têm noção do que está por acontecer.
“É fundamental que a sociedade saiba o que esses parlamentares fizeram, venderam a preço de banana a mão de obra do povo brasileiro, basta ver os anúncios de vaga de emprego para o fim do ano, enfatizando a contratação de forma intermitente e no valor de R$ 4,45 por cinco hora diárias, ou seja, mesmo que a pessoa trabalhe todos os dias do mês ela receberá R$ 667,50. Se descontarmos sábado, domingo ou algum feriado em que essa pessoa não trabalho esse valor cai para R$ 578,50”, explica Ricardo Patah, presidente nacional da UGT.
Ricardo enfatizou que a nova lei é imoral e inconstitucional, já que o a Constituição Federal em seu artigo 7º inciso IV assegura o “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.
O presidente ugetista ressaltou também que o governo continua enganando a população ao afirmar que a nova Lei não retirou direitos constitucionais, como férias e 13º salário. “Eles nem precisaram, da forma que fizeram os trabalhadores, a partir de agora, além de receberem menos que um salário mínimo, não terão direito a esses benefícios. Outro fator preocupante é em relação ao recolhimento para o INSS que será comprometido, o que irá potencializar o argumento deles de que o sistema previdenciário brasileiro é deficitário”.
“Essa nova Lei foi cirurgicamente redigida para atender unicamente aos interesses de quem tem a finalidade de explorar ao máximo a mão de obra barata, retirando do seu caminho até a representação sindical dos trabalhadores, assim todos terão de aceitar o que lhes for imposto sem poder procurar seus direitos. É uma inversão de papeis, o estado deixa de proteger os mais fracos, que são os trabalhadores e as pessoas em estado de vulnerabilidade, para atender somente aos interesses da do capital, por isso que é tão importante essa manifestação do dia 10 de novembro”, conclui Patah.
UGT - União Geral dos Trabalhadores