15/12/2008
ENTIDADES SINDICAIS PLANEJAM CONGRESSO INTERNACIONAL
Luiz Tenório de Lima, o Tenorinho", ícone do movimento sindical brasileiro, é um dos que estão empenmhados na promoção do congresso internacional. / Foto cordialmente cedida pela NCST.
Em reunião realizada na semana passada na sede da Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais do Rio de Janeiro (FASP-RJ), na capital fluminense, líderes do movimento sindical dos servidores públicos brasileiros selaram acordo para promover, em 2009, um congresso internacional no Brasil.
O encontro contou com a presença de um grande número de dirigentes sindicais de vários estados, além de membros da União Internacional de Sindicatos de Serviços Públicos (UIS-Serviços Públicos) e da Federação Sindical Mundial, incumbidas de congregar os servidores sindicalistas estrangeiros. Dentre outros, participaram da reunião membros da UGT.
Conforme informações preliminares, na pauta do evento, marcado para 28 e 29 de junho de 2009, estarão a crise econômica mundial e a especulação financeira, problemas originados pelo capitalismo neoliberal.
Modelo desenvolvimentista perverso
Durante o evento que selou o acordo para realização do Congresso, integrantes da UIS-Serviços reforçaram a tônica de que enfrentamos hoje uma crise político-econômica brutal. Para Aldo Liberato, secretário nacional do Servidor Público da UGT, o Congresso Internacional precisará reforçar a perversidade do modelo desenvolvimentista atual, que distribui pobreza para produzir riquezas concentradas, eliminando investimentos em serviços essenciais.
"O que chamam hoje de gastos com a máquina pública são na verdade direitos que deveriam ser assegurados a todo ser humano: acesso à educação de qualidade, saúde enquanto seguro social, e emprego, renda. Mas a carência de serviços públicos de qualidade, que é tendência mundial e ocorre não só em países de terceiro mundo, leva a um extremo de desemprego, desinformação, criminalidade e dependência", avalia ele, que emenda ainda: "Investimentos na valorização de trabalhadores, força motriz de toda nação, é que podem erigir o Poder Social e transformar a utopia do Estado Social de Direito em realidade".
Unidade estratégica
Para se chegar a tal quadro, todos os sindicatos, federações, confederações e centrais que participarão do evento internacional de servidores entendem que é exigida uma unidade das forças do trabalhador, comprometida com a democracia e a emancipação social. Cosme Nogueira, da CGTB, é um dos que ratifica esta postura:
"As delegações estrangeiras acenaram com a construção de um modelo alternativo, distinto do atual sistema de exploração capitalista, o que consideramos muito positivo. Precisamos de nova dinâmica no cenário as decisões políticas, menos norte-americana e menos européia, e que inclua novas forças, especialmente das Américas, onde se delineia um claro desejo de mudança, com a eleição de personalidades como Hugo Chávez, na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, e até mesmo Lula, no Brasil. Parece que a insatisfação vem até de dentro pra fora, como se pode avaliar com a recente eleição de Obama". "
UGT - União Geral dos Trabalhadores