25/10/2017
Com a Reforma Trabalhista aprovada e prestes a entrar em vigor a partir do próximo dia 11, as relações de trabalho sdofrerão profundas mudanças e o sindicalismo será muito afetado e correrá o risco de não mais existir. Para combater isso, é necessário a reinvenção do movimento sindical como o um todo, uma grande reestruturação de sua base e drástica mudança de mentalidade para que o sistema sindical não apenas sobeviva mas se torne mais forte do que nunca. O Seminário REFORMA TRABALHISTA: REINVENÇÃO E ADAPTAÇÃO DO SINDICALISMO ÀS NOVAS REGRAS, promovido pela UGT-PE na última sexta (20), tocou em pontos sensíves dessa questão.
Três palestras abordaram temas que instigam e estimulam o debate. Antes dessas três palestras, Gustavo Walfrido, Presidente da UGT-PE, convidou o sr. João Vicente Murinelli, advogado da Feconeste, para ministrar um breve palestra explanando aspectos críticos da reforma do governo, que trarão graves prejuízos a classe trabalhadora e ao sindicalismo. A opcionalidade da contribuição sindical, a desobrigatoriedade do sindicato nas homologações e negociações de trabalho, a transferência dos encargos sociais do empregador para o trabalhador, a livre negociação das indenizações, das férias, etc., dentre tantos outros pontos dessa reforma, foram abordados por João Murinelli com verdadeira maestria, demonstrando a difícil situação em que o Governo Temer colocou o sindicalismo e os trabalhadores brasileiros.
A palestra seguinte, ministrada por Helen Silvestre Fernandes, pesquisadora do IAE (Instituto de Altos Estudos da UGT), explicou a falta de avanços da Reforma Trabalhista no desenvolvimento humano e no bem estar do trabalhador, pois até nos pontos positivos que ela combate, o próprio movimento sindical já o faz há anos. O trabalhador brasileiro não se sente representado no Congresso Nacional, pois que não há a presença siginificativa do sindicalismo pra fazer lobby em favor do trabalhador. Além disso, a falta de acordo entre as centrais sindicais enfraquece o poder de luta do sindicalismo. Em contrapartida, a bancada ruralista, presente durante todo o tempo no Congresso, com o agravante de que boa parte dos congressistas são latifundiários, consewguem facilmente ter suas reivindicações plenamente atendidas, a exemplo da recente flexibilização - para não dizer precarização - da fiscalização do trabalho escravo no País, prática hedionda cometida principalmente pelos ruralistas. Helen ainda alerta para a necessidade do sindicalismo brasileiro dse fortalecer buscando acompanhar os novos tempos, e aprender a trabalhar em rede.
Diego de Luna, designer gráfico atuando no mercado do Grande Recife, tratou da comunicação como ferramenta essencial para aproximar os sindicatos dos trabalhadores das suas bases. É fato que há um enorme desinteresse do trabalhador pelo sindicato que o defende, mas isso pode ser transmutado para uma relação entre sindicato e trabalhador muito mais intensa e próspera, a partir do investimento em comunicação feito pelo sindicato, buscando utilizar as novas tecnologias, buscando utilizar novas linguagens e buscando aprimorar seus instrumentos de parcerias e acima de tudo sua atitude para com o trabalhador. A palestra de Diego foi pautada na grande interação dos sindicalistas presentes, que expuseram suas opiniões, críticas e dúvidas.
Por último, Dr. Tércio Vasconcelos palestrou sobre formas de atuação do sindicato diante da nova lei. Não se trata aqui de combater a Reforma Trabalhista, até porque ela foi aprovada pelo Congresso Nacional. Trata-se de maneiras de agir, as brechas da lei, novas formas de atuação para que o sindicato prospere e se fortaleça diante de sua base.
Cerca de cem sindicalistas de entidades filiadas à UGT-PE estiveram presentes no seminário. A UGT-PE agradece a participação de todos e deseja que tenham assimilado o máximo possível a troca de experiências no encontro.
UGT - União Geral dos Trabalhadores