24/08/2017
Sem receber aumento de salários há 17 meses, os trabalhadores no comércio de supermercados, mercadinhos, mini-boxes e mercados de meio a meio decidirá, amanhã, sexta-feira, 25, às 19h, em assembleia geral na sede social do Clube Monte Líbano, à Avenida Almirante Barroso, bairro de São Brás, em Belém, se deflagram greve geral por tempo indeterminado. Caso o sindicato patronal não negocie o reajuste de 7% sobre os salários, a categoria irá cruzar os braços em toda a Belém e zona metropolitana, isto é, abrangendo os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, conforme informou nesta manhã o sindicalista José Francisco de Jesus Pantoja Pereira, o Zé Francisco, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços dos Estados do Pará e Amapá – FETRACOM-PA/AP e da União Geral dos Trabalhadores – UGT-Pará.
A data-base da categoria era 1º de março, porém, desde então, no que pese a uma série de rodadas de negociações, não houve acordo com o sindicato patronal, que é presidido pelo empresário Fernando Brito, proprietário do Supermercado Estrela Dalva.
Segundo Antonio Caetano de Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Supermercados, Mercados e Mini-Boxes do Comércio Atacadista e Varejista do Estado do Pará – SINTCVAPA, inicialmente, os empresários aceitaram conversar e concordaram com o reajuste de 7%, mais a manutenção das cláusulas conquistadas na última convenção coletiva de trabalho. No entanto, de uma hora para outra, eles retrocederam. “Por esta razão, nós estamos fazendo mobilizações desde a última sexta-feira por todos os supermercados, mercadinhos, atacadões e mini-boxes conclamando os trabalhadores a participarem da assembleia geral amanhã. É lá que eles serão informados em que pé estão as negociações e se deveremos ou não deflagrar greve por tempo indeterminado”, disse o sindicalista.
Ainda conforme Antonio Caetano, o SINTCVAPA, os sindicatos de trabalhadores no comércio da Zona Metropolitana de Belém e a FETRACOM estão procurando resolver a situação pelo diálogo. Alguns empresários já acenam com a possibilidade de aceitarem as reivindicações dos trabalhadores por meios de seus sindicatos. No entanto, eles terão de tomar a decisão até o final da tarde desta sexta-feira, do contrário, “a greve será deflagrada. E greve, só se sabe quando vai começar, mas não sabemos quando nem como vai acabar”, explicou o sindicalista.
Zé Francisco, que participa das mobilizações que começam sempre ao final da madrugada e se estendem até o final da tarde, também afirma que os trabalhadores estão conscientes da situação e que estão cada vez mais aderindo e apoiando o movimento do SINTCVAPA com apoio da FETRACOM e da UGT Pará. “Quem aderir a greve não deve se preocupar, pois o direito de greve é assegurado por lei, e caso alguma empresa parta pra represália, demitindo o trabalhador, a gente pode recorrer à Justiça”, garantiu Zé Francisco, destacando a grande greve realizada em julho de 2013, na qual os trabalhadores saíram vitoriosos, pois paralisaram 100% o comércio de supermercados por três dias em Belém. Muitas das conquistas obtidas naquela greve ainda estão valendo hoje, assegurou o sindicalista.
Fonte: UGT Pará
UGT - União Geral dos Trabalhadores