11/07/2017
O apagar das luzes no Senado Federal reflete bem o momento de trevas vivido pela política no Brasil. Os senadores estão a um passo de aprovar um projeto que praticamente sepulta a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e coloca os trabalhadores em situação de pré-escravidão.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), suspendeu a sessão aberta para discutir a reforma trabalhista após senadoras da oposição ocuparem a mesa do plenário, onde fica a cadeira do senador, e se recusarem a deixar o local. As senadoras oposicionistas que ocuparam os lugares na mesa são: Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e posteriormente Kátia Abreu (PMDB-TO)
As luzes da Casa foram desligadas e a transmissão também foi suspensa.
No entanto, apagar as luzes não foi única medida autoritária do Senado, que também proibiu o acesso de trabalhadores e sindicalistas à Casa, onde tentavam exercer o direito de se manifestar contra essa antirreforma trabalhista, que só atende aos interesses dos empresários e enterra direitos tão duramente conquistados ao longo dos anos.
Precisamos destacar a coragem das senadoras que lançaram mão desta medida extrema para assegurar que o Senado Federal não abra mão de suas prerrogativas ao aprovar um projeto que mexe profundamente com a vida dos trabalhadores, sem ao menos apresentar uma emenda. Ou seja, a Casa abriu mão do seu poder de legislar. Não se pode compreender tanta pressa para aprovação de um projeto dessa magnitude, como se fosse a Legislação Trabalhista a responsável pela crise econômica que o País atravessa.
Nesse momento de crise, espera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário demonstrem solidez institucional. Nos solidarizamos com as senadoras que ocuparam a mesa do plenário e fazemos um apelo para que o Senado Federal não abra mão da sua prerrogativa de legislar.
União Geral dos Trabalhadores - UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores