08/06/2017
Depois de 16 dias internado no Hospital de Base, em Brasília, o aposentado Carlos Geovani Cirilo finalmente retorna para próximo de sua família, amigos e companheiros de jornada. Ele chegou ao Hospital João XXIII na madrugada de hoje (08.06).
O aposentado saiu de Brasília às 14h30 de ontem (07.06), em uma ambulância alugada pela Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (ASTHEMG). De acordo com o coordenador geral da entidade sindical, Carlos Martins, ele ficará internado no Hospital João XXIII até que se restabeleça completamente.
“Carlos Giovanni está consciente, conversando com dificuldade, alimentando por sonda, mas já consegue deglutir líquido. A pressão arterial e a glicose estão controladas”, informa o dirigente da Asthemg.
Segundo ele, a decisão de trazê-lo foi tomada pela Associação e os familiares diante do descaso do governo de Brasília, que havia prometido dar toda assistência necessária para sua transferência e não cumpriu. Além disso, policiais à paisana, sem se identificarem, abordaram o aposentado no hospital questionando se saberia identificar o policial que atirou nele.
“Trata-se de uma atitude suspeita, uma vez que deveriam comunicar previamente para ter o advogado acompanhando o Giovani. Apesar de denunciarmos esta atitude ao governo e a direção do hospital, eles nada fizeram”, comenta Carlos Martins.
O coordenador da Asthemg lamenta também a atitude do governo de Minas e da direção da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) que não foram capazes de demonstrar nenhuma solidariedade ou atitude de apoio, liberando, por exemplo, uma UTI aérea para transportá-lo de Brasília até a capital mineira.
Da mesma forma não liberou nenhum profissional para acompanhá-lo durante o tratamento no Hospital de Base. Colegas de trabalho que se dispuseram a fazer companhia a Carlos Geovani foram por conta própria, em solidariedade, e terão os dias cortados no trabalho.
“Infelizmente não temos recurso disponível para o transporte de uma UTI aérea e os médicos não aconselharam que fosse em um avião normal. Mas, será melhor para ele estar perto dos verdadeiros companheiros e dos familiares”, disse Carlos Martins, feliz com a volta e a recuperação de Carlos Geovani, que trabalhou durante muitos anos no Hospital João XXIII, onde se aposentou.
O aposentado foi gravemente e brutalmente ferido durante a manifestação realizada em Brasília contra as reformas do governo Temer. Foi internado como indigente e chegou a ficar durante vários dias em coma induzido, com seu estado clínico considerado crítico, No dia 29/05 passou por cirurgia de reconstrução dos ossos da face, que foram severamente danificados pelo disparo.
Fonte: UGT Minas Gerais
UGT - União Geral dos Trabalhadores