07/06/2017
O presidente Michel Temer pediu que o Supremo Tribunal Federal dê a ele até o fim desta semana para responder às 82 perguntas da Polícia Federal. Em petição enviada ao ministro Luiz Edson Fachin nesta terça-feira (6/6), Temer afirma que, enquanto a PF não teve prazo para elaborar o questionário e demorou seis dias para terminá-lo, a ele só foi dado o prazo de 24 horas.
Na peça, assinada pelos advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Jorge Urbani Salomão, o presidente afirma que “o exame das perguntas é tarefa mais complexa do que a de elaborá-las”, e não pode abandonar sua “carregada agenda, marcada por compromissos que lhe tomam mais de 15 horas por dia". O advogado Brian Alves Prado também faz parte da equipe de defesa.
O presidente reclama também de que havia pedido a Fachin para só responder ao questionário da PF depois que fosse terminada a perícia oficial nas provas apresentadas contra ele. A principal prova é a gravação de conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista em que são narrados o cometimento de crimes. Para a defesa do presidente, houve edição e manipulação no arquivo de áudio.
Fachin não atendeu ao pedido e autorizou que as perguntas fossem enviadas mesmo antes da conclusão do inquérito. Mas determinou que as respostas fossem dadas por escrito, como manda o Código Penal. Na manifestação desta terça, Temer afirma que “não poderia deixar de responder a quaisquer das perguntas, no afã de repor a verdade dos fatos”, mas não conseguirá fazê-lo até o fim da tarde desta terça. E pede que Fachin o deixe enviar suas respostas até “os dias 9 ou 10”.
Temer é investigado no Supremo por corrupção passiva e obstrução de investigações. Ele é acusado de incentivar o pagamento de R$ 500 mil ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que não faça delação premiada.
Fonte: Revista Conjur
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