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Queda de juros vira oportunidade para consumidor renegociar dívida


05/06/2017

O ciclo de queda de juros sustentado pelo Banco Central neste ano favorece o consumidor que quer trocar uma dívida cara, contratada quando a Selic estava em patamar maior, por uma mais barata.

 

A diferença pode não ser tão gritante, mas ainda é vantajosa para quem busca renegociar, segundo especialistas.

 

Desde outubro de 2016, a taxa básica de juros (Selic) caiu de 14,25% para 10,25%, uma redução de quatro pontos percentuais pelo Banco Central, diante do cenário de inflação perdendo força e economia em recessão.

 

No mesmo intervalo, a taxa média cobrada em empréstimos a pessoas físicas caiu de 74,3% para 68,1% ao ano.

 

Esse número, por ser uma média, não necessariamente reflete a realidade encontrada nos bancos. Segundo Roberto Kanter, consultor da GC-5 Soluções Corporativas e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), a inadimplência elevada ainda faz as instituições represarem o repasse da queda de juros para o consumidor final.

 

Se não há uma queda substancial no juro, o banco tem interesse em receber o dinheiro que o investidor deve.

 

Logo, afirma o professor da FGV, é preciso ser "ousado" na hora de sentar e renegociar: "O 'não' o cliente já tem. Então por que não pedir um desconto maior?".

 

O poder de negociação aumenta conforme o tempo e proporção da dívida: as mais antigas têm potencial maior de barganha, segundo Kanter.

 

Marcela Kawauti, economista-chefe do birô de crédito SPC Brasil, também vê uma janela de oportunidade para negociar.

 

"Os bancos não conseguem novos clientes com facilidade, então acham melhor ajudar o cliente antigo a pagar a dívida do que tentar prospectar um novo."

 

O importante é só negociar se o cliente tiver condições de arcar com as parcelas do novo empréstimo. Se puder pagar à vista, então, melhor.

 

"Renegociar e deixar de pagar torna mais difícil que o banco dê uma terceira chance ao devedor", diz o economista do SPC Brasil.

 

ESTEJA PREPARADO

 

Antes de sentar com o gerente, a dica é fazer um levantamento de todas as dívidas. Isso inclui não apenas cartão de crédito, cheque especial e outros empréstimos mas também contas atrasadas, como luz, gás e aluguel.

 

Só aí é possível calcular o valor necessário para quitar as pendências, afirma Paula Sauer, planejadora financeira da associação Planejar.

 

Na hora de negociar o número de parcelas a serem pagas (e, portanto, o valor delas), é importante que o endividado use o bom senso.

 

"Não precisa ser a parcela mínima nem uma que você tenha que contar com a sorte para pagar. Tem que caber no bolso", afirma.

 

Com o dinheiro, o consumidor deve priorizar o pagamento das dívidas com juros maiores -cartão de crédito e cheque especial, por exemplo. Mas sem deixar de lado contas de serviços que podem ser cortados.

 

Vale também considerar vender bens para ajudar a pagar a dívida. "Mesmo que seja um sacrifício temporário, é importante para resolver a situação. Vender o carro e ficar sem ele por um tempo, por exemplo", recomenda Kawauti, do SPC Brasil.

 

FIQUE ATENTO

Estratégias importantes na renegociação

 

Conheça suas dívidas

Faça o levantamento de tudo o que você deve. Isso inclui não só empréstimos bancários, cartão de crédito e cheque especial mas também contas atrasadas (luz, aluguel etc.)

 

Saiba como estão suas finanças

Antes de ir ao banco tentar um empréstimo mais barato, é preciso saber como está sua situação. Calcule qual o seu gasto fixo por mês (comida, aluguel, escola etc.), quais outras fontes de consumo você costuma ter (viagem, cinema e restaurantes) e quanto sobra

 

Calcule quanto você pode pagar

Não dilua tanto as parcelas a ponto de perder de vista o horizonte de quando o empréstimo terminaria. Por outro lado, não escolha uma parcela que possa comprometer seu orçamento mensal caso ocorra algum contratempo

 

Pesquise

Antes de ir no banco onde estão suas dívidas, faça uma pesquisa nos concorrentes

 

Priorize as dívidas

Depois de fechar a renegociação, é importante pagar dívidas com juros mais elevados e contas cujos serviços podem ser cortados 

 

Folha de SP


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