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Dirigentes do mundo inteiro se reúnem para discutir futuro do sindicalismo


04/05/2017

Começou nesta quarta, 3, a reunião oficial entre sindicatos de serviços de diferentes países do mundo promovida pela UNI Global Union. O objetivo é discutir o atual cenário das entidades sindicais e o que pode ser feito para que elas se fortaleçam. Participam dirigentes da Argentina, Bélgica, Brasil, Chile, Estados Unidos, Holanda, Suécia, Suíça, entre outros países.  

 

A abertura do evento contou com um coquetel de boas-vindas oferecido pela UGT (União Geral dos Trabalhadores).

 

De acordo com Ricardo Patah, presidente nacional da Central, “é importante que uma reunião como essa aconteça no Brasil no momento que estamos vivendo. Traz mais esperança pois, juntos, vamos buscar alternativas de sindicalização no Brasil e no mundo. Apesar de tudo, a mensagem é de otimismo”.

 

Patah refere-se às reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo atual governo, assim como ao projeto de terceirização. Segundo ele, caso sejam aprovadas como estão, as reformas prejudicarão em absoluto os trabalhadores. “Na Europa, as pessoas começam a trabalhar com, aproximadamente, 24 anos. No Brasil, com 14. Como comparar a aposentadoria desses dois países sem levar em consideração esses dez anos de diferença? Quanto à reforma trabalhista, chamo a atenção para a ausência de um representante dos sindicatos nas negociações com a empresa e a valorização da negociação individual em detrimento da coletiva. Está errado, mas não vamos deixar isso acontecer. As centrais organizaram uma paralisação geral no último dia 28, que foi um sucesso, com enorme adesão dos trabalhadores. Nesta quarta, fomos a Brasília conversar pessoalmente com os senadores. Ainda esta semana, as centrais definirão, em conjunto, as próximas ações”, explicou o dirigente.

 

“Foi justamente pelo reflexo do bom trabalho que tem sido desenvolvido pela UGT e pelas outras centrais sindicais que escolhemos o Brasil para a realização dessa reunião”, disse Tom Balanoff, presidente da SEIU (Service Employees International Union / União Internacional dos Empregados de Serviços). “Temos aqui pessoas de vários países e estou confiante de que, com essa troca, iremos avançar no setor de serviços do sindicalismo global. Precisamos ter unidade, solidariedade, coletivismo. Nada é mais forte do que esses princípios. Vamos ajudar no que for preciso nos movimentos de greve no Brasil. Vamos assumir responsabilidades e riscos, mas vamos mudar o mundo”, frisou Balanoff.

 

Também presente ao evento, Eddy Stam, diretor do setor de Serviços de Propriedade da UNI Global Union, que congrega os setores de limpeza e segurança, reafirmou a importância da união: “Precisamos, juntos, entender por que os sindicatos estão sob ataque em todo o mundo. Por que estamos enfraquecidos? É imprescindível nos unirmos para, então, nos fortalecermos. Às vezes, precisamos, por exemplo, sacrificar uma relação com o empresário. Faz parte e devemos estar dispostos a isso. Temos que refletir sobre nossa real disposição para abrir mão do que for necessário em razão da união sindical global”.

 

Para Philippe Yerna, presidente da Federação de Alimentos e Serviços da Bélgica, o intercâmbio de informações permitido por essa reunião da UNI Global Union é fundamental, especialmente para falar das negociações da UGT com as empresas de Limpeza. “Porque sabemos que, aqui, as conquistas desse setor têm sido grandes. Devemos priorizar soluções relacionadas à segurança dos trabalhadores do setor de serviços. É o mínimo que a pessoa precisa para trabalhar bem. Precisamos debater, trocar experiências”, disse Yerna.

 

Esse é também o objetivo de Moacyr Pereira, presidente da Confederação de Serviços de Limpeza (Conascon) e secretário de Finanças da UGT: conhecer experiências de entidades de diferentes lugares do mundo, a fim de promover uma união sindical global cada vez mais fortalecida na luta pelos direitos do trabalhador.

 

Moacyr é membro titular do Comitê Mundial do Setor de Serviços da Uni Global Union e presidente do Siemaco-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo).

 

“Estou satisfeito que essa reunião esteja acontecendo aqui no Brasil. Estamos passando por um momento difícil, mas sabemos que esse não é um problema nacional, e sim mundial. Nossa maior força é a união. Vamos trocar experiências, conhecer situações de diferentes países e, juntos, criar mecanismos para o fortalecimento do sindicalismo e para a manutenção dos trabalhos, com segurança, condições decentes e justiça social’, disse Moacyr. “Os trabalhadores de asseio, conservação, limpeza urbana, segurança, são os responsáveis, entre outras coisas, pela limpeza de uma cidade, de um país. Ou seja, eles lidam diretamente com a saúde da população. Por isso, devem ser devidamente valorizados. Que esse seja o objetivo do movimento sindical para todos os trabalhadores de qualquer parte do mundo. Claro que cada lugar tem suas particularidades. O que funciona em um país não necessariamente dá certo em outro. O importante é trocar ideias, adaptar experiências, mas fazer valer, acima de tudo, os direitos trabalhistas e a qualidade de vida dos cidadãos.”

 

A reunião oficial termina nesta sexta, 5.

 


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