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A valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, em qualquer área de atuação, deveria ser fator primordial. A partir dessa ideia, foi o que fez a Loga, uma das duas empresas responsáveis pela coleta, tratamento e destinação de resíduos em São Paulo.

Com o objetivo de tirar da invisibilidade os garis e os motoristas que todos os dias fazem a retirada dos lixos das ruas da cidade, mas que não têm o merecido reconhecimento da importância do seu trabalho na limpeza urbana, a empresa colocou para circular na capital paulista caminhões de coleta estampados com os retratos e os nomes dos coletores e varredores da empresa.

A iniciativa ganhou a aprovação do Siemaco, entidade filiada à União Geral dos Trabalhadores (UGT) e que representa os trabalhadores e trabalhadoras do setor de asseio, conservação e limpeza urbana. “A iniciativa é importante, pois, muitas vezes, quando se fala em valorizar determinada categoria, os empresários já imaginam reajuste salarial. Claro que a melhor distribuição de renda é essencial, mas, às vezes, uma palavra, um gesto ou uma atitude já são fundamentais para melhorar a autoestima dos trabalhadores”, explicou Moacyr Pereira, presidente do Siemaco.

A ação da empresa começou nesta segunda-feira, 1º de maio, e surpreendeu os próprios trabalhadores, pois aconteceu de surpresa, no feriado do Dia do Trabalhador. Trinta caminhões já estão circulando pelas três regiões (13 prefeituras regionais) em que a empresa presta serviços e a meta é que toda a frota (260 veículos) seja pintada até o final do ano.

O diretor-presidente da Loga, Marcelo Gomes, disse que a ação tem dois objetivos principais: provocar a sociedade, “mostrando esses homens que não existem”, e fazer com que os profissionais da coleta e varrição reconheçam o valor dos seus trabalhos. “O cara que coleta o lixo é um agente ambiental”, disse.