20/04/2017
O presidente da União Geral dos Trabalhadores do Amazonas (UGT-AM), Antonio Mardonio, participou no último dia 10/4 pela manhã, como palestrante convidado, de audiência pública realizada no auditório Senador João Bosco, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em Manaus. O tema em questão foi a Reforma Trabalhista e seus aspectos, como contrato temporário, jornada de trabalho, terceirização e até modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O evento foi proposto e presidido pelo deputado Dermilson Chagas (PEN).
Antonio Mardonio disse que a possível perda de direitos que a Reforma pode causar tem reflexos negativos diretos nos sindicatos, pois os trabalhadores terceirizados ficarão sem proteção do ponto de vista sindical. Ele também criticou o ponto que a Reforma diz acerca do aumento na jornada de trabalho.
“Uma pessoa que trabalha 12 horas por dia e dispõe de 30 minutos de intervalo não tem qualidade de vida. Isso atenta contra os Direitos Humanos”, destacou. “Além do mais, esse trabalhador irá ganhar um salário mínimo e, para conseguir ter uma vida mais confortável, terá que arranjar um outro trabalho, o que pode elevar o índice de acidentes entre os trabalhadores”, completou
O líder ugetista amazonense lembrou ainda que na questão do negociado sobre o legislado o lado que sairá perdendo é o do trabalhador, uma vez que o empresário não negociará itens importantes do acordo coletivo, como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), comissão de produtividade entre outros.
“É lógico que o patrão terá força apoiado na nova legislação de não querer negociar esses assuntos de grande importância para as categorias operárias. Para mostrar que não é intransigente, vai sentar à mesa de negociação para discutir, por exemplo, banco de horas, intrajornada de trabalho, itens que não trazem benefícios para nós”, analisou.
Participaram ainda como palestrantes convidados o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT-AM), Jeibson Justiniano; o Corregedor do 11º Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o desembargador Audaliphal Hildebrando; o juiz da 17ª Vara do TRT, Sandro Nahmias; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço; a representante da Ordem dos Advogados Seccional Amazonas (OAB-AM), Aline Laredo; o deputado José Ricardo (PT); o presidente do Conselho Regional de Administração (CRA-AM), Inácio Borges; o representante do Partido Comunista do Brasil (PC do B), Marcos Libório; e o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas (AAMAT), Paulo Dias.
A partir desta audiência, um relatório será gerado para ser enviado à Comissão que trata do assunto em Brasília (DF).
UGT - União Geral dos Trabalhadores