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Brasileiros já são quase 20% da população de cidade na Nova Zelândia


11/05/2009

Uma cidade turística no sul da Nova Zelândia, conhecida como uma espécie de meca" dos esportes radicais, está atraindo brasileiros devido à oferta de empregos e a facilidade de se obter visto de trabalho - os brasileiros já são cerca de 20% da população da cidade.

A cidade de Queenstown nos últimos anos tornou-se fonte de trabalho temporário para jovens, principalmente brasileiros do sul do Brasil, com idade entre 18 e 30 anos.

Dos 11 mil habitantes de Queenstown, mais de dois mil são brasileiros, segundo a imigração neozelandesa.

"Há uma grande quantidade de brasileiros no país, mas isso ainda não é uma preocupação. Desde que eles tenham o visto de trabalho, são bem-vindos", disse Christian Bowel, porta-voz da Imigração do país.

'Populares e bem-vistos'

Cidadãos brasileiros não precisam de visto prévio tirado no consulado no país de origem - como é o caso nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo - para entrarem na Nova Zelândia.

A maioria dos brasileiros chega na cidade dizendo querer fazer turismo ou estudar inglês, mas acaba ficando mais tempo do que o permitido devido à oferta extensa de trabalhos e garantia de bom salário.

Segundo o jornalista neozelandês Philip Chandler, "os brasileiros é que ajudam a sustentar a indústria hospitaleira daqui. A maioria desempenha cargos que os neozelandeses não gostariam de fazer e recebendo menos do que os nativos."

Ele diz que, no geral, os brasileiros que chegam em Queenstown são qualificados e jovens.

"Eles são populares e bem-vistos por aqui", diz.

No entanto, os trabalhos desempenhados por brasileiros são simples, e não exigem qualificação profissional.

O gaúcho de Caxias do Sul, Eduardo Pereira, de 25 anos, veio inicialmente para aprimorar o inglês, mas conseguiu emprego em uma rede de fast food e decidiu permanecer em Queenstown.

"Dos 13 funcionários que trabalham comigo, nove são brasileiros. Há muita oferta de trabalho aqui, por isso o pessoal consegue visto de trabalho muito fácil", afirma ele. "Simplesmente não há mão-de-obra."

Rúgbi e terremotos

Para o porto-alegrense Diego Winckler, 25, que também chegou em Queenstown como estudante, a vantagem de estar num país tão distante é a qualidade de vida.

"Seja qual for o trabalho que se faça, se consegue ter uma vida digna. Comprar um carro, pagar o aluguel, viajar. Estamos atrás do sonho", ele disse.

Por outro lado, há também as desvantagens. Eduardo lembra que "aqui não há estádios de futebol, só de rúgbi. Sinto falta dessa atmosfera".

Já a gaúcha Lunara Gemelli, 26 anos, de Alegrete, que possui dois trabalhos, um como garçonete e outro como camareira, reclamou dos terremotos.

"Uma vez acordei às três da manhã com minha cama balançando muito", disse a gaúcha que, assim como os demais, ainda não tem data para voltar ao Brasil.

Devido ao aumento constante de brasileiros na cidade nos últimos anos, a igreja City Impact Queenstown passou a celebrar missas em português uma vez por semana.

"Há muitos brasileiros que acabem não vindo a igreja porque não entendem a língua", disse o pastor Leiser Da Silva ao jornal local Southland Times.

O turismo sustenta a cidade de Queenstown. A cidade-resort recebe cerca de 1,4 milhão de visitantes por ano.

No entanto, há temores, entre os brasileiros, de que a crise econômica mundial possa afetar o mercado aproveitado por eles, devido ao aumento de desempregados no país."


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