22/03/2017
Nosso país mal acabou de sair de um cenário de “faz de conta” de que tudo está bem e entra num projeto suicida de terra arrasada impondo novamente ao trabalhador o ônus de pagar o preço dos desmazelos governamentais.
Se antes, os caminhos de condução da “coisa” pública eram irresponsáveis, agora ganham conotação maquiavélica com a imposição de meios draconianos na esperança de atingir os fins traçados em gabinetes.
São reformas de um governo chamado de reformista, todas tendo por alvo a porção mais frágil da sociedade, tais como os trabalhadores, os pobres, os que precisam da rede pública de saúde, os que precisam da rede pública de educação.
São as reformas da previdência e da legislação trabalhista as prioridades do governo, no entanto, as reformas políticas, tributária, do sistema bancários, do sistema agrário, estão em segundo plano ou ainda estão sem planos, estacionados no mundo do esquecimento.
Assim, fica fácil entender que são estas últimas as reformas prioritárias para que o país volte a crescer. São elas que poderão gerar equilíbrio na distribuição de renda, que atualmente tanto envergonha a nação brasileira.
Atendo-se as questões ligadas a área da educação, passamos a ser vítimas dos conflitos corporativos ou setorizados, vítimas da dicotomia entre o antes e o agora. O Fórum Nacional de Educação, entidade instituída pela lei nº 13005/14 com o propósito de articular as políticas da educação e incorporado com deliberações de três conferências nacionais e tantas outras estaduais e municipais, sequer é ouvido pelo Ministério da Educação, grande despautério.
Embora a relevância do tema obrigue todos a se despir das vaidades individuais e também das coletivas, estas ditadas por imensas faciosidades entre os guardiões do que era antes e dos que hoje se acham donos da verdade, é importante salientar que o Fórum é o grande momento de discussão sobre a Educação, servindo de parâmetro para novas medidas do governo sobre o futuro da educação.
Nesta guerra absurda de “prioridades”, a educação padece e, se vislumbrávamos avanços significativos, ao persistir este cenário, estará fadada a mais uma década perdida, jogando-se no lixo os avanços acumulados nas discussões plurais do conjunto da sociedade.
Prof. Antonio Bittencourt
UGT - União Geral dos Trabalhadores