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UGT quer apuração sobre o seqüestro de sindicalista no Rio.


03/10/2008

O suposto seqüestro do sindicalista Sebastião José da Silva já está dando o que falar no movimento sindical, na mídia e entre os investigadores da polícia. Sebastião é integrante da diretoria do Sindicato dos Rodoviários do Rio, mas liderou a Chapa 2, dissidente, nas últimas eleições da entidade. Na votação, ocorrida em 21 e 22 de agosto último, sua chapa foi derrotada. Desde então, Sebastião tenta a todo custo chamar a atenção da mídia", avalia o presidente do Sindicato, Antonio Branco. No último dia 24, o sindicalista desapareceu por 26 horas e os componentes de sua chapa anunciaram aos quatro ventos o suposto seqüestro. Sebastião José apareceu no dia seguinte contando que ficou dentro de um carro durante todo o período, encapuzado, e que conseguiu escapar saltando do automóvel em movimento. A versão do sindicalista, no entanto, vem sendo considerada polêmica. Há inconsistências e contradições que estão chamando a atenção da polícia e dos jornalistas mais atentos. Na 6ª DP, onde está o caso, os policiais não registraram a ocorrência como "seqüestro", mas apenas como desaparecimento. Na verdade, depois que Sebastião apareceu e prestou depoimento, a Delegacia quer saber se foi envolvida num caso falso, para uso político, e está investigando a versão da suposta vítima. O jornal O Dia, de grande circulação no estado, já registrou a desconfiança da polícia, em nota publicada no sábado, dia 27 (veja reprodução). Outros jornais e redes de TVs que, num primeiro momento embarcaram na versão da suposta vítima, dando espaço para o tal "seqüestro", retiraram o time de campo rapidamente e sumiram com o assunto de suas páginas. Já no dia 26, sexta-feira, durante o popular programa Balanço Geral da Rede Record, o apresentador Wagner Montes comentou ao vivo, após reportagem com Sebastião José, que "uma coisa é certa: tem um carocinho embaixo desse angu aí". Wagner Montes é muito querido e respeitado pelos policiais do Rio de Janeiro e tem longa experiência na cobertura de crimes, além de ser muito bem informado nos assuntos que envolvem as corporações policiais. O alerta de Montes ecoou nos outros órgãos da mídia. Conheça as incoerências do caso Há vários pontos obscuros na versão de seqüestro do diretor Sebastião José, para o devido esclarecimento pela polícia. O "desaparecimento" teria ocorrido ao final da tarde de 4ª feira, dia 24. No dia 25 pela manhã sua esposa registrou o caso na 6ª DP. Pergunta-se: 1. Por que Sebastião foi ao Sindicato naquele dia se não havia nenhuma reunião marcada? 2. Por que Sebastião foi a pé e sozinho para o Sindicato naquele dia, se ele sempre anda de carro e acompanhado de seguranças ou companheiros? 3. Por que sua esposa já falava em desaparecimento às 19 horas, em telefonema a uma funcionária do Sindicato, pelo fato dele não ter chegado a uma reunião marcada para 18 horas? Não é pouquíssimo tempo para se suspeitar de "seqüestro"? Não poderia ser um simples atraso no trânsito? 4. Sua esposa disse que Sebastião tem olheiros dentro do Sindicato, que teriam dito que ele fora seguido quando saiu da entidade. Por que não informa à polícia quem são esses olheiros para que possam confirmar essa versão? 5. Por que, no dia seguinte ao "desaparecimento", que sempre deixa a família em estado de choque e desespero, seu filho estava pela manhã na subsede da Camerino, recebendo atendimento dentário, normalmente? 6. Como é possível que, na manhã seguinte ao "desaparecimento", já houvesse uma faixa, muito bem elaborada, informando sobre o seu "seqüestro"? Houve tempo para produzir a faixa, com detalhe do nome sombreado, e a tinta secar? 7. Não é muita coincidência que as circunstâncias do tal "seqüestro" sejam de difícil localização dos bandidos, já que não houve cativeiro (ele disse que ficou no carro o tempo todo, encapuzado)? 8. Não é estranho que alguém seja abordado às 17 horas na entrada do Metrô do Estácio, em horário de muito movimento, e colocado num carro, sem testemunhas? Por que Sebastião não resistiu na presença de tanta gente? 9. Não é estranho que um carro transite por toda a cidade, com o dia ainda claro (17h), num horário de rush, com uma pessoa encapuzada dentro, sem que nenhum outro motorista, passageiro de táxi ou ônibus, ou pedestre notasse algo estranho e avisasse à polícia? Ou ao Disque Denúncia? 10. Afinal de contas, por que Sebastião, quando conseguiu "fugir" dos bandidos, foi para casa tomar banho e trocar de roupa, ao invés de ir direto para o exame de corpo de delito, que poderia obter informações importantes para desvendar o caso? "


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