02/02/2017
Enquanto as atenções estavam voltadas para o Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP, na sigla em inglês), um outro acordo global pode impactar de forma mais grave o mundo do trabalho. Trata-se do Acordo sobre Comércio de Serviços – TISA (Trade in Services Agreement). Quem alerta é o secretário da Internacional dos Serviços Públicos para as Américas (ISP) Jocelio Drummond, em encontro com representantes da UGT, CUT e Nova Central, realizado na tarde de quinta-feira, dia 2, na sede nacional da UGT.
Durante o encontro, a assessora técnica do ISP, Leandra Perpétua, apresentou um breve resumo sobre o TISA, que envolve todos os 28 membros da União Europeia, os Estados Unidos, Austrália e outros 20 países. Em linhas gerais, as negociações que vem sendo realizadas de forma sigilosa, apontam que as corporações globais de serviços e alguns governos estão usando o acordo para promover uma agenda de desregulamentação e privatização.
O TISA pode estabelecer regras que afetam quase todos os serviços, incluindo educação, saúde transporte, água, telecomunicações, serviços postais, atendimento aos idosos, creches, energia, varejo e serviços bancários.
Para Jocelio Drummond, o que verdadeiramente está em jogo neste acordo é muito mais que comércio, muito mais que serviços. Está em jogo o próprio conceito de democracia, a liberdade de um povo escolher como deve funcionar o Estado e suas prioridades em oferecer serviços básicos; de definir o modelo de desenvolvimento preferível em busca de um futuro melhor e mais sustentável.
Diante da real perspectiva desse acordo vir a ser adotado ainda em 2017, o ISP vem realizando um trabalho de organizar as entidades que representam a classe trabalhadora para fazer frente a essa possível realidade. Neste primeiro encontro na UGT, ficou definida a realização de três seminários junto às centrais sindicais, para que os dirigentes possam conhecer mais sobre o TISA e suas reais implicações no mundo do trabalho, se preparando para combater a sua formalização.
Segundo o secretário de Relações Internacionais para as Américas da UGT, Sidnei de Paula Corral, esse primeiro encontro foi um importante passo dado no sentido de buscar “preparar os nossos dirigentes para enfrentar essa nova realidade”.
Imprensa UGT
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