02/12/2016
As instituições financeiras que operam no Brasil continuam a praticar as maiores taxas de juros do planeta sobre os cartões de crédito e cheque especial.
A menor taxa cobrada por um cartão de crédito no último levantamento (aqui disponível) é de 33,29% ao ano, enquanto que maior atinge a impressionante marca de 1.358,91% ao ano. A média anual atinge 434% ao ano.
Já o cheque especial, apresenta também um juro amargo para quem dele utilizar. A menor taxa anual é 20,46% e a maior, de 514,53%. Uma média de 183.84% ao ano.
O Custo Efetivo Total (CET) de 631,35% ao ano no rotativo, para o Itaú Unibanco, fará com que o portador deste cartão que tiver uma fatura no valor de R$ 1 mil e pagar apenas o mínimo (20% da fatura), e deixar essa dívida rolar, irá acumular uma dívida de mais de R$ 6 mil em um ano.
Esses dados comprovam que o uso do crédito rotativo do cartão de crédito pode arruinar a vida do consumidor, ao não pagar o total da fatura no vencimento.
As pessoas estão endividadas e sem fôlego para honrar tais compromissos, extremamente abusivos. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, em novembro, 57,3% das famílias estão com dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
O jeito é apelar para uma ampla e radical renegociação dessas dívidas junto às instituições financeiras.
Diante de quadro de recessão econômica e de alto desemprego, é preciso medidas urgentes para retomar o crescimento, gerar emprego e renda e aliviar a carga tributária sobre os trabalhadores, que, ao final de 2016, verão seus rendimentos sendo corroídos por uma defasagem de 84,74% na tabela do imposto de renda.
Não há país que cresça com uns juros desses.
Eduardo Rocha
Economista da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
UGT - União Geral dos Trabalhadores