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A criação, em agosto, de 239.123 novos empregos formais, conforme anunciou na segunda-feira (15) o ministro Carlos Luppi, do Trabalho e Emprego (MTE) deve ser recebida com alegria, mas não com tanta euforia porque o problema do desemprego no Brasil é grave e não se pode adotar uma prática do futebol em querer comemorar a vitória antes do final da partida. As considerações são do presidente nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, na manhã de ontem (16) por ocasião do lançamento do Boletim Trabalho no Comércio", pelo Dieese. "A meu ver, muitos desses empregos que estão sendo gerados na verdade são formalizações da carteira de trabalho porque ainda não existe estrutura no Brasil para efetivamente gerar 2 milhões de novos empregos por ano", disse Patah que também é presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e do Sentacros (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços).

Ricardo Patah lembra que essas formalizações, divulgadas pelo Caged, órgão do MTE, não deixam de ser importantes "mas a preocupação é que a massa salarial está diminuindo", disse, citando que só no Sindicato dos Comerciários de São Paulo ocorre 9 mil homologações por mês. "Ao mesmo tempo a gente percebe que nas lojas existem cartazes anunciando a admissão de trabalhadores, o que significa que o empresário, a cada ano que o sindicato conquista aumento real logo em seguida vem o rodízio dispensando os funcionários com salários altos trocando-os por outros com salários mais baixos", ressaltou, voltando a defender a Convenção 158, da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que trata da demissão sem justa causa.

De acordo com o MTE, esse resultado é o melhor par meses de agosto da série histórica do Caged iniciada em 1992. Em agosto do ano passado, por exemplo, foram gerados 133.329 postos de trabalho. Até então, o melhor resultado fora registrado em 2004, com a abertura de 229.757 empregos formais. "