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Black Friday da crise tenta salvar varejo em ano de vendas fracas


21/11/2016

O cenário do comércio não é dos melhores, com queda no consumo mês a mês em meio a uma economia retraída, com altos índices de desemprego e de inadimplência e aperto no crédito. Mas um evento que há 5 anos chegou no Brasil “importado” dos EUA tem se tornado a segunda maior data do varejo brasileiro. É a Black Friday, data oficial de “superdescontos” oferecidos por varejistas para fiscar os consumidores, que acontece desde 2011 e vem crescendo em termos de vendas e faturamento – já ultrapassou o Dia das Mães e só fica abaixo do Natal. Neste ano, em sua 6ª edição, será realizada no dia 25, próxima sexta-feira. A previsão dos organizadores é atingir R$ 2 bilhões em vendas.

 

Nesta terça-feira, o G1 trará dicas de como aproveitar as promoções e não cair em armadilhas.

 

“Diferentemente dos Estados Unidos, começamos com um evento online que passou para o varejo físico e, atualmente, a Black Friday brasileira atinge desde o pequeno até o grande varejista. Os lojistas entenderam essa concorrência e estão se preparando cada vez mais para a data com o intuito de atender à demanda e aos consumidores mais informados”, diz Ricardo Bove, diretor da Blackfriday.com.br, organizador da megapromoção.

 

Em 2015, o crescimento das vendas totais na Black Friday foi menor em comparação com o das demais edições, de 75%, abaixo da média de 100% dos anos anteriores, e neste ano a previsão é de aumento de apenas 30% ante o ano passado. Mas, para Bove, ainda será um ótimo resultado, já que o faturamento deve chegar a R$ 2 bilhões, ante os R$ 1,53 bilhões de 2015.

 

“Com a crise do ano passado que estava pior, a gente enxerga agora uma luz no fim do túnel. A crise política se estabilizou e a economia começa a dar sinais positivos, e a tendência é a volta do crescimento. Com movimento abaixo do esperado neste ano, o que a gente vê agora é uma chance de recuperar as vendas perdidas, e o consumidor que não estava comprando por causa da retração econômica vai poder adquirir os produtos que esperou o ano todo para comprar, como TV, smartphone e eletrodomésticos”, explica Bove.

 

Segundo ele, os lojistas negociaram já no primeiro semestre os preços com os fornecedores para conseguir dar bons descontos para os clientes. “Eles estão mais preparados para a data, pois renegociaram datas de pagamento melhores e volumes maiores de mercadoria para  ter estoque suficiente para atender à demanda”, diz.

 

Pedro Guasti, CEO da Ebit, empresa de dados sobre o varejo eletrônico brasileiro, aposta que o fato de as pessoas comprarem menos este ano no comércio em geral gera maior expectativa de vendas na Black Friday. “Claro que o desemprego e a taxa de juros estão ainda em alta, mas o otimismo com a economia melhorou, o preço do dólar caiu cerca de 20% em relação ao ano passado e houve queda no preço dos produtos importados. Os eletrônicos têm componentes importados, o que pode baratear o preço dos eletrônicos”, diz.

 

Antecipação das ofertas

De acordo com Bove, começou em 2014 a antecipação dos descontos faltando um mês para as 24 horas de promoções na última sexta-feira de novembro. “Mas só 20% do total das ofertas é antecipado, os outros 80% são na data mesmo”, afirma.

 

Bove explica que muitos lojistas anteciparam as ofertas devido ao grande volume de acessos no dia oficial da promoção, que causa instabilidade nos sites. A antecipação também serve para incentivar o consumidor a já se cadastrar ou atualizar o cadastro nos sites.

 

Para Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm), não só a antecipação das ofertas como o fato de a Black Friday ser esticada até a segunda-feira, a chamada Cyber Monday, ocorre para as lojas melhorarem a operação e evitar o pico de demanda e também pela crise econômica para desovar os estoques encalhados. “Algumas começam no mês, outras na semana da Black Friday, mas neste ano a gente acredita que 10 dias antes já começaram as boas ofertas na internet”, afirma. 

 

Por causa dessa antecipação, o pico de vendas no e-commerce começa já em novembro por causa da Black Friday e emenda até o Natal, segundo Bove. Essa prática de esticar o período de descontos ganhou o nome de Black November nos sites.

 

Salvador afirma que no ano passado, 25% das vendas feitas na promoção eram para o Natal, ou seja, um quarto, e para este ano a previsão é de que cheguem a 30%.

 

“Tanto neste ano como no ano passado, as datas da Black Friday mais para o final do mês de novembro ajudaram nas vendas do Natal pela proximidade”, diz Salvador.

 

Descontos serão os mesmos

Para Bove, os descontos não devem ser maiores nesta edição pelo fato de o país estar em crise. “Os descontos vão ser bons, mas o que deve ser maior é o número de produtos em oferta. Porque para dar desconto é preciso tirar a margem de lucro, e eles até conseguem, mas não podem ter prejuízo”, explica. O diretor da Blackfriday.com.br explica que os valores de abatimento variam bastante. “É possível dar 70% de desconto para roupa, mas não para um smartphone, por exemplo”, afirma.

 

“Os descontos vão ser os mesmos, mas a variedade vai aumentar. Existe uma cultura de que as ofertas mais agressivas estão nos produtos que não têm muito giro, e os que vendem mais não têm tanto desconto. Mas neste ano a variedade de produtos de mais giro vai aumentar, no caso dos eletroeletrônicos, eletrodomésticos, moda, beleza e saúde”, diz Salvador.

 

Segundo ele, muitas lojas virtuais estão com estoque encalhado e vão usar a Black Friday para reduzi-los.

 

Para Pedro Guasti, os descontos serão bastante agressivos e o leque de categorias será ampliado na Black Friday, com a participação de muitas empresas do setor de serviços como hotéis, escolas, cabeleireiros, restaurantes e companhias aéreas. “Se não for agressivo, os consumidores não vão comprar. O desempenho das vendas este ano não foi fácil para ninguém. É a hora de se encaixar numa megapromoção e de recuperar de alguma forma parte das vendas perdidas”, diz.

 

Fonte: G1


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