20/08/2008
Preços de alimentos se estabilizam no alto, com prejuízo direto aos salários", afirma Chiquinho Pereira, Secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT.
A inflação que atinge diretamente o bolso do trabalhador brasileiro deu uma disparada desde o fim do ano passado. Todo mundo ficou em alerta máximo. Os preços de produtos como arroz, feijão, hortaliças e legumes, pão francês, laticínios, carnes bovinas e óleo de soja dispararam.
Agora os preços pararam a escalada. E todo mundo vem nos dizer (imprensa, governo, políticos em campanha) que a inflação está caindo. Ninguém fala nada dos preços que estão em novos e elevados patamares. Prejudicando o consumo do trabalhador que está com o salário ainda congelado nos níveis do ano passado.
A UGT está mobilizada para que nossos sindicatos acompanhem de perto a escalada da inflação para novos patamares e vai mobilizar seus técnicos para avaliar qual é o rombo que o novo patamar de preços causa no salário da família trabalhadora.
Porque se a forte desaceleração da inflação registrada, nos últimos dias, nos índices de custo de vida traz um certo alívio para o Banco Central (BC) e para os políticos em campanha, não trouxe nenhuma folga para o bolso do consumidor. Pelo contrário. Continua difícil esticar o salário até a última refeição do mês.
Hoje, o brasileiro continua gastando mais em relação ao que desembolsava no início de 2007 para levar para casa as mesmas quantidades de alimentos básicos, como arroz, feijão e pão. Os preços dos alimentos continuam em nível elevado e não recuaram significativamente a ponto de devolver a forte alta registrada nos últimos 18 meses. Em alguns casos, como do pão e da carne, o preço só parou de subir.
É o que revela levantamento feito pela FGV com base no índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), a pedido do jornal "O Estado de São Paulo".
O estudo levou em conta as variações de preços acumuladas no varejo de alimentos básicos entre janeiro de 2007 e o mês no qual a cotação do produto atingiu o nível máximo e comparou esse indicador com a variação dos preços desses produtos acumulados entre janeiro de 2007 e julho desta ano.
Dos sete preços pesquisados - arroz, feijão, hortaliças er legumes, pão francês, laticínios, carnes bovinas e óleo de soja --, nenhum dos produtos teve uma retração nos últimos meses suficiente para anular totalmente a alta registrada desde janeiro de 2007.
O preço do feijão carioquinha, por exemplo, que tinha subido 180,2% entre janeiro de 2007 e fevereiro deste ano, quando atingiu o pico, estava no fim do mês passado 154,4% maior em relação a janeiro de 2007. No caso do arroz, o preço subiu 37,2% no varejo no mesmo período, com o pico sendo registrado em junho de 2008. No mês passado, o grão era vendido com preço 36,8% superior ante janeiro de 2007.
Temos inflação em baixa com preços altos. Ou seja, o nível de preços dos alimentos se estabilizou mas é extremamente alto na comparação com um ano atrás.
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UGT - União Geral dos Trabalhadores