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MULHERES SOFREM MAIS COM AS DOENÇAS OCUPACIONAIS


19/08/2008

MULHERES SOFREM MAIS COM AS DOENÇAS OCUPACIONAIS

Eles não recebem a mesma atenção que doenças como a hipertensão arterial, a depressão ou o estresse, mas os chamados Dort (Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho) são a maior causa de afastamentos de mulheres do trabalho no Brasil. Somente nos últimos cinco anos, foram abertas mais de 500 mil Cat's (Comunicação de Acidente de Trabalho) geradas pelos Dort's. O problema acomete ainda mais as mulheres, já que fatores emocionais e biológicos contribuem para uma maior exposição a essas doenças. Para cada dez casos, oito ocorrem em mulheres.

A palavra Dort não determina uma patologia, muito menos uma síndrome. Refere-se a diversas patologias que podem ocorrer quando existe um comprometimento ósteo-muscular que tenha ligação com a atividade de trabalho desenvolvida. Essa sobrecarga pode ocorrer pela utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência de esforço localizado, ou pela permanência de segmentos do corpo em determinadas posições por tempo prolongado", explica o presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho, Aizenaque Grimaldi.

Mas por que as mulheres?

Segundo Grimaldi, há fatores biológicos e sociais que contribuem para uma maior exposição feminina ao problema. Geralmente, as categorias profissionais que encabeçam as estatísticas dos acometidos pelos Dort's são ocupadas por pessoas do sexo feminino, como digitadoras, operadoras de telemarketing, secretárias, entre outras. "Muitas mulheres acabam exercendo as tarefas mais fragmentadas e repetitivas, além de realizarem atividades com esforço também em seus lares". Além disso, elas têm uma maior labilidade emocional, ou seja, assimilam uma maior carga emocional com mais facilidade que os homens.

Outro fator que não pode ser esquecido está relacionado à questão hormonal, principalmente quando falamos das alterações provocadas pelo período menstrual, como a retenção de líquidos, o que aumenta o risco de surgimento dos sintomas, já que pode haver maior dificuldade ao se forçar determinados grupamentos musculares e ligamentos.

Sintomas

- dor

- parestesia (formigamento)

- sensação de peso

- fadiga, geralmente nos membros superiores, mas podendo acometer membros inferiores

O melhor remédio é a prevenção

"O primeiro passo é identificar os fatores de risco presentes no ambiente de trabalho. O papel do médico do trabalho é fundamental no diagnóstico precoce, no controle dos fatores de risco e na realocação do trabalhador dentro de um programa de promoção da saúde, buscando a prevenção de agravos ocupacionais, diminuição da possibilidade de agravamento dos casos, além de encaminhar aqueles que necessitem de reabilitação", avalia Grimaldi.

Fatores de risco que podem desencadear os Dort's

- Na organização do trabalho: tarefas repetitivas e monótonas, obrigação de manter ritmo acelerado de trabalho, excesso de horas trabalhadas e ausência de pausas.

- No ambiente de trabalho: mobiliário e equipamentos que obrigam a adoção de posturas incorretas durante a jornada.

- Em condições ambientais impróprias: má iluminação, temperatura inadequada, ruídos e vibrações.

O estresse na vida da mulher

Talvez você já saiba que o medo de perder o emprego, a falta de tempo para ficar com a família ou para o lazer, o excesso de horas de trabalho e a convivência com pessoas difíceis e temperamentais são fortes alavancadores das crises de estresse. Mas o que você talvez ainda não saiba é que as mulheres têm sido as maiores vítimas deste mal.

Segundo uma pesquisa realizada no final do ano passado pela clínica carioca Vita Check-up Center com 1.251 pacientes (990 homens e 261 mulheres), com idade média de 44 anos, 42,7% das mulheres se encontravam em um nível 2 de estresse - numa escala de 1 a 4 (*). A pesquisa também apontou que as mulheres estão fumando mais que os homens - 13,8% para 9,5%, respectivamente. "Esse dado pode indicar que, enquanto o sexo masculino se afasta do hábito de fumar, o cigarro pode estar ganhando adeptos entre as mulheres, servindo como válvula de escape para o estresse", avalia Antônio Carlos Til, diretor da clínica.

Quanto à hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco considerados em um check-up, as mulheres aparentaram mais controle e cuidado com o problema - apenas 6% delas estão com a pressão acima da média considerada normal (12 por 8), enquanto 15% dos homens ultrapassaram os índices satisfatórios. "Porém, a capacidade aeróbica é melhor entre os homens (43%), o que pode indicar que eles levam os exercícios com mais seriedade. Neste item, as mulheres aparecem com apenas 15% da capacidade considerada boa".

HOMENSMULHERES

Idade

média44,941,7

IMC médio27,3 (normal até 24,9)23,8

Colesterol total217 (normal até 200)199

HDL

médio47,4 (ideal maior que 40)58

Fumantes9,5%13,8%

Capacidade aeróbica43%15%

Quantos

se dizem ativos53%42%

Fatores de risco(pelo menos um)55%18%

Hipertensão arterial15%6%

Entre as mulheres, as causas do estresse são as mais variadas, com a jornada dupla - ou tripla, quando a mulher também é mãe -, a intensa competitividade e o sentimento de culpa por ter que trabalhar e deixar os filhos. "Uma boa maneira de minimizar o estresse é por meio de exercícios, descentralizando tarefas e tentando manter uma vida emocional equilibrada. Não é fácil, mas é possível procurar uma satisfação e maior cumplicidade com o parceiro na resolução desses problemas diários", comenta Márcia Merquior, doutora em Saúde Coletiva pelo IMS (Instituto de Medicina Social) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e responsável pelo departamento de Avaliação de Estresse Emocional do Vita Check-up Center.

* Márcia comenta, abaixo, sobre os níveis existentes de estresse e sintomas que apresentam. Fique atento:

Nível 1 - Pessoas que estão com a vida calma, realizando suas atividades sem nenhum nível de exigência e ansiedade. Neste nível estão as pessoas que, apesar de exercerem atividades profissionais com certo nível de exigência, administram bem o nível de estresse e ansiedade, não permitindo que este interfira em sua qualidade de vida.

Nível 2 - Neste nível já é possível detectar uma fase inicial de estresse, onde as pessoas encontram-se submetidas às exigências profissionais ou pessoais, com comprometimento de sua qualidade de vida, apresentando sintomas como palpitações, irritabilidade, insônia, dor de cabeça, dor no estômago... Diz-se que estão em "sinal de alerta".

Nível 3 - Aqui, os sintomas começam a ficar crônicos: taquicardias, ou até mesmo o desenvolvimento de hipertensão, gastrite, tendência a explosões, insônias constantes, enxaquecas, sudorese aumentada e outros. Nesse nível encontram-se as pessoas que estão sempre preparadas para a "guerra".

Nível 4 - Neste caso, há o agravamento dos sintomas, mas com características de exaustão: o organismo como um todo exauriu suas forças de guerra e sente-se derrotado, apresentando tendências depressivas e autodestrutivas, como tendência há a busca pelo alcoolismo e uso de medicamentos. A pessoa passa a sofrer de inibição afetiva e sexual, insônias graves ou o inverso, só pensa em dormir, desânimo e baixa produtividade em geral.

"A mulher vive em seu cotidiano uma angústia constante, com dores de cabeça, falta de concentração e memória, irritabilidade, fobias. No entanto, parece que a maioria se atém no nível 2, como se depois da tempestade houvesse um genuíno aprendizado em como administrar todas as variáveis e a ansiedade então diminuísse."

Especialistas sugerem que, para combater o estresse, a primeira coisa a fazer é uma lista das situações que não podem ser alteradas no dia-a-dia e das que podem ser modificadas. A partir daí, cada ponto é trabalhado diariamente. Buscar o equilíbrio é a saída mais eficaz contra o estresse, buscando sempre dar uma maior atenção à saúde emocional e mais tempo para você mesmo!

Cristina Belerini / Jornalista do Grupo Catho"


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