27/07/2016
A União Geral dos Trabalhadores do Amazonas (UGT-AM) realizou no último dia 25/7, no Hotel Quality, no bairro Adrianópolis, em Manaus, o primeiro dia do Curso Básico de Formação Político-Sindical. Na terça, 26, aconteceu o segundo e último dia de atividades.
Segundo o presidente da UGT-AM, Antonio Mardonio, o curso é destinado a dirigentes sindicais e tem o objetivo de capacitar e qualificar as lideranças sindicais para um novo momento do sindicalismo no Brasil e no mundo.
O curso está sendo ministrado pelo assessor da Secretaria de Organização Político-Sindical da UGT Nacional, Erledes Elias da Silveira, que é mestre em Educação, professor credenciado pela Confederación Mundial Del Trabajo (CMT) e Central Latinoamericana de Trabajadores (Conclat).
O curso foi dividido em quatro tópicos fundamentais: visão político-ideológica da entidade sindical, resgate histórico do movimento sindical, papel da entidade sindical e atividades dos dirigentes sindicais.
Para Erledes Elias da Silveira, hoje o movimento sindical brasileiro passa por uma crise de identidade, de representatividade, de respeitabilidade da sociedade e de credibilidade dos trabalhadores.
“Passamos por momentos complicadíssimos, a ditadura militar veio e detonou com o movimento sindical, isso pesou demais para a luta sindical”, disse Silveira. “Não bastasse isso, os modos de produção vêm mudando a cada dia que passa, a cada ano que passa, a cada momento que passa. Então, hoje o mundo do trabalho está muito mais voltado para a questão de serviços e não mais para a produção como era antigamente. Então, as coisas vão mudando e é preciso se adequar às mudanças, e o movimento sindical se sentiu um pouco perdido nisso e não conseguiu entender esse novo modelo, esse novo processo. Para isso, é preciso discutir, é preciso debater”, completou.
Uma outra preocupação em relação ao movimento sindical é a precarização do trabalho, na qual o trabalhador se submete a todo tipo de trabalho para ganhar a metade do salário mínimo sob pena de ficar desempregado.
Outro ponto negativo é o processo do chamado negociado sobre o legislado, uma vez que retira conquistas do trabalhador que estão garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Se você admite o tal do negociado sobre o legislado, você está passando por cima da Constituição, passando por cima da CLT e não podemos aceitar definitivamente. Isso é acabar com a luta sindical”, alerta Silveira.
UGT - União Geral dos Trabalhadores