25/06/2008
Investimentos urgentes na educação para não comprometer a globalização foi o tema da conversa que o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah manteve com o ministro Fernando Haddad, da Educação, em audiência especial no último dia 17, em Brasília. Na ocasião Patah fez a entrega de um documento contendo um estudo minucioso elaborado pela UGT onde aponta que se o Brasil não se preparar para os desafios da próxima década, como o crescimento nas áreas de serviços e de conhecimento, terá cada vez mais dificuldades em enfrentar a concorrência global. A mudança, que ainda é possível e que ajudará o Brasil a globalizar sua economia, virá dos investimentos que forem realizados, com urgência, na Educação", disse o presidente da Central Sindical ao ministro.
O estudo feito pela UGT apresenta dados concisos sobre o crescimento econômico do Brasil em relação a outros países onde consta, por exemplo, que um levantamento do Banco Mundial "Knowledge for Development 2007" (Conhecimento para o Desenvolvimento 2007), que mediu a capacidade dos países de acumular conhecimento, situou o Brasil na 54ª posição, abaixo de Chile (39ª), Uruguai (43ª) e África do Sul (50ª). Ricardo Patah lembra que a educação é a chave-mestra para destravar o crescimento econômico do país, que está bem abaixo de seu potencial. O presidente da UGT cita que, de acordo com o CNE (Conselho Nacional de educação), o Brasil tem um déficit de 240 mil professores e que esse quadro deverá se agravar ainda mais nos próximos anos com a redução da procura pelos cursos que levam à docência.
De acordo com o documento entregue ao ministro Fernando Haddad, o Brasil fica em 9º lugar, no índice de analfabetismo entre os 28 países da América Latina, conforme dados coletados junto ao Cepal. O IBGE registra que 25,7% (32,5 milhões de estudantes brasileiros) estavam com idade acima da recomendada para a série que cursavam. Outro dado importante apontado por Ricardo Patah é no tocante a valores e pediu que se aumente, imediatamente, os R$0,22 per capita gastos com a merenda dos alunos da educação infantil e do ensino básico.
PROPOSTA
A proposta da UGT para a educação está calcada na vinculação da educação escolar ao mundo do trabalho e à prática social
universalização da educação básica
correção da grande disparidade existente os recursos alocados para o ensino fundamental e médio e os utilizados para financiar o ensino superior público
consolidação das políticas educacionais da União, Estados e Municípios
valorização da carreira do magistério
promoção de cursos de formação continuada para educadores
melhoria da infra-estrutura das escolas
correção do desencaixe entre as qualificações dos graduados e as necessidades do mercado de trabalho
ampliação do acesso às tecnologias de informação
atenção à educação infantil e fundamental nas comunidades rurais
preparação do sistema educacional para a próxima fase de desenvolvimento
revisão do Fundef
atualização dos valores da merenda escolar e ampliação dos períodos escolares.
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UGT - União Geral dos Trabalhadores