08/06/2016
A pressão psicológica instalada no Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense pelo presidente Romildo Bolzan Júnior alcançou a pior consequência. Na madrugada de 08/06, Andrade Osório Brittes Pacheco Prates morreu vítima de ataque cardíaco fulminante, quando o coração não consegue mais bombear o sangue para o resto do corpo.
Durante 25 anos, o coração de Andrade pulsou para o Grêmio, a partir de 1991, ano em que o Tricolor chegou pela segunda vez à final da Copa do Brasil e foi rebaixado pela primeira vez para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Excetuando a conquista do Mundial Interclubes, em 1983, Andrade acompanhou de perto as maiores vitórias do Grêmio, como a segunda Copa Libertadores da América e o segundo título de campeão brasileiro.
Por uma vida inteira, testemunhou as glórias e derrotas do clube, atuando ao lado de diretorias diversas e assistindo o desempenho de atletas e craques que formaram os esquadrões tricolores.
No entanto, nem o currículo impecável de servidor gremista livrou o sindicalista da implacável perseguição instituída por Bolzan no Grêmio. Na informática, ele jogou junto com os craques e cumpriu papel tático com os colegas de todos os dias, aqueles que preparam o palco para o desfile do time que enverga a jaqueta azul, preta e branca.
Bolzan, que somente ostenta o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, em questionada cerimônia na Câmara dos Vereadores, em 03/06, deverá refletir sobre a atuação da diretoria que lidera. Sem levar o clube a qualquer conquista desportiva, o ex-prefeito de Osório terá a consciência pesada por provocar a morte de um devotado gremista que, mesmo sem renome, será lembrado como os grandes do clube, como Saturnino Vanzelotti, presidente nas fases de construção e inauguração do Estádio Olímpico e que abriu as portas do clube aos negros.
Se Vanzelotti será lembrado pela obra monumental, batizada com o nome dele, Andrade Osório Brittes Pacheco Prates será reverenciado pela luta por dignidade e respeito aos trabalhadores, cujo papel nem sempre é valorizado, como deveria.
O nome dele já atravessou o oceano Atlântico e está reforçando a ação que o Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas (SECEFERGS) move contra Romildo Bolzan Júnior, por cometer prática anti-sindical, ao demitir sindicalistas-funcionários do Grêmio, como ele era.
A memória de Andade será eternizada na categoria e reverenciada entre a familia tricolor, merecendo o respeito e a gratidão da diretoria do SECEFERGS.
UGT - União Geral dos Trabalhadores