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Presidente do Grêmio pode ter título de cidadão cassado


03/06/2016

A concessão do título de cidadão, ao presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, Romildo Bolzan Júnior, pela Câmara de Vereadores, causou indignação entre sindicalistas, mas, especialmente junto aos funcionários do clube. 

 

Bolzan, que seguidamente anuncia a contratação milionária de um atleta, tem se recusado a reajustar os baixos salários que o Grêmio paga aos funcionários, aqueles que fazem manutenção do estádio, recebem os torcedores e preparam o palco para os espetáculos, no qual brilham os jogadores. 

 

Desde maio de 2015, período da data-base dos trabalhadores, a agremiação liderada por Bolzan, se nega a conceder mísero índice de reajustamento para faixas salariais em torno de dois salários mínimos. Sport Club Internacional e os demais clubes concederam aumentos sem gerar conflito. Todos, menos o Grêmio.

 

O Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas (Secefergs) denunciou o presidente do Grêmio na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e foi até o Senado Federal acusar o clube de praticar conduta anti-sindical, por perseguir dirigentes sindicais que defendem os colegas, fato que desagrada o presidente gremista.

  

Embora desnecessário, lembro que cidadão é toda e qualquer pessoa que atue na vida da cidade e de algum modo contribua para os destinos dela. No plano político-eleitoral, o conceito de cidadania é mais restrito, referindo-se à capacidade que os indivíduos têm de votar (cidadania ativa) e, se o caso, de ser votados (cidadania passiva ou plena).

 

No espectro da democracia participativa 

 

Cidadão honorário é um título entregue a uma pessoa que contribua para o desenvolvimento social local. O homenageado passa a ser considerado conterrâneo da terra natal, mesmo que não tenha nascido ou não resida no local que lhe agraciou com a honraria, caso de Bolzan, que é natural de Osório, município do litoral norte gaúcho.

Levando em conta o caráter demagógico de tais indicações e o fato de Bolzan ter sido indicado pelo vereador Dinho, ex-jogador do Grêmio, a sociedade porto-alegrense deverá seguir o exemplo da população de Toledo, no Paraná, cujos vereadores votaram a cassação do título de cidadão honorário concedido, em 1994, ao ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, foragido da Justiça por envolvimento no caso do mensalão. Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha, na Ação Penal 470, o processo do “Mensalão”.

 

Igual providência foi solicitada em Belo Horizonte, que concedeu a honraria para o deputado Eduardo e Cunha, e a ex-deputado José Dirceu, que foi agraciado com o título Cidadão Honorário do Paraná, em 2003, por indicação da Assembléia do Paraná, na época comandada pelo então deputado estadual André Vargas (PT), que também está preso, acusado de envolvimento com corrupção no âmbito da Operação Lava-Jato.

 

Renato Ilha, jornalista (MTb10.300) 


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