20/05/2016
A maioria dos executivos das empresas de eletroeletrônicos já demonstra acreditar em uma recuperação da economia e diz pretender voltar a investir a partir do ano que vem, segundo a Abinee (que reúne as fabricantes do setor).
Das companhias que suspenderam aportes em aumento da capacidade produtiva até abril deste ano, 47% planejam retomá-los a partir de 2017; 33%, em 2018.
"Os números nos surpreenderam e mostram uma reversão de expectativas, apesar das mudanças econômicas ainda serem embrionárias", diz Humberto Barbato, presidente-executivo da entidade.
A produção do segmento elétrico e eletrônico encolheu 26,8% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015 -queda maior que a da indústria geral (11,7%) e a de transformação (11,1%) no período.
"O ano passado foi bem ruim no mercado interno e, por não termos vocação exportadora, agora tentamos retomar destinos, mas ainda se olha para o comércio exterior apenas quando o Brasil vai mal", diz Barbato.
No varejo, o setor também sentiu a crise, como a maior parte do comércio, mas tende a se sair melhor nos próximos meses caso a economia mostre sinais de recuperação, analisa Christian Travassos, da Fecomércio-RJ.
Ainda em fevereiro, 17% dos brasileiros queriam comprar bens duráveis e, desse percentual, a maioria pensava em eletrônicos, aponta pesquisa da entidade em parceria com a Ipsos. "O consumidor só precisa se sentir confortável", diz.
ZONA DE CONFORTO
O grupo paranaense de supermercados Condor vai investir R$ 30 milhões para a abertura de uma nova unidade em Curitiba.
"Por sermos de um Estado em que o setor agrícola tem peso, nosso cliente sentiu a crise um pouco menos e não mudou tantos hábitos de consumo", diz Pedro Joanir Zonta, presidente da rede.
A empresa inaugurou nesta semana sua primeira unidade fora do Paraná, um hipermercado na catarinense Joinville (a 133 km da capital paranaense), com aporte de R$ 50 milhões.
"Além de ser um centro importante da região Sul, Joinville será um campo de provas, onde iremos testar a aceitação do nosso nome em um outro Estado."
O plano é abrir lojas em um raio de 200 km de Curitiba, que concentra a maioria dos mercados da marca.
O Condor também estuda abrir mais postos de combustível com sua bandeira. "Temos um hoje, que tem se saído bem. É a metade do investimento de um supermercado e fideliza o cliente."
Fonte: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores