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Motoristas de ônibus devem parar novamente hoje


19/05/2016

Debaixo de chuva forte, a cuidadora de idosos Maria Rodrigues, de 53 anos, caminhou quase uma hora do Túnel Nove de Julho, embaixo do Masp, na região da Avenida Paulista, até o Terminal Bandeira, no Centro, na quarta-feira (18) de manhã. Após trabalhar de madrugada, ela iria visitar a irmã, também na região central, e depois voltaria para casa, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, para finalmente descansar. Mas foi impedida de cumprir seu roteiro por causa da paralisação de cobradores e motoristas de ônibus, que prejudicou cerca de 1,5 milhão de pessoas entre 10h e meio-dia. Nesta quinta-feira (19) a situação deve se repetir, mas em outro horário: entre 14h e 16h.

 

A categoria reivindica reajuste de 15% (reposição da inflação mais 5% de aumento), vale-refeição de R$ 25 e participação nos lucros de R$ 2 mil, entre outros. Os empresários,  que ganham do governo municipal o direito de explorar o serviço, ofereceram 2,31%

 

 “É humilhante e revoltante para uma categoria que trabalha, em média, 12 horas todos os dias. São 35 mil motoristas e 20 mil”, disse Valdevan Noventa, presidente do Sindimotoristas (Sindicato dos Motoristas de São Paulo). 

 

Maria contou que quando o motorista do ônibus  parou o veículo e mandou todo mundo descer, sem dar explicações, ninguém entendeu o que estava acontecendo. Atrás, uma fila de coletivos começou a se formar no corredor da Nove de Julho. “Essa é a vida do brasileiro”, disse ela, que com uma mão segurava um guarda-chuva e, com a outra, uma cadeira. 

 

Todos os 29 terminais da capital foram fechados pela manifestação e o trânsito ficou 49% acima da média para o horário (às 10h30, eram 111 km de vias congestionadas), segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

 

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse que “se” ficar comprovado abusos por parte dos grevistas, as empresas onde eles trabalham serão multadas. Haddad disse que desconhecia o fato de as pessoas estarem sendo obrigadas a descer no meio da rua, na chuva, pelos motoristas e cobradores.

 

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que cabe ao município somente pedir “bom senso” entre patrões e empregados para que a população não seja prejudicada, apesar de milhões, naquele momento, estarem à pé.

 

 “Entendo as razões (dos manifestantes), mas fui prejudicada. Estou uma hora atrasada para a tomografia do meu filho, internado no Hospital das Clínicas”, contou  Vanessa Lopes, 39, também “colocada para fora do ônibus no Centro”. 

 

INÍCIO / Pontualmente às 10h, os ônibus começaram a parar no Terminal Bandeira e nos outros 28 terminais da cidade. “Moça, não vai mais sair”, avisou um fiscal à garçonete Ana Paula Amaral, 27, na fila. Ela ia trabalho, na Vila Olímpia, Zona Sul. “Nem sei como chegar. Lá não tem Metrô perto”, reclamou. Dentro do ônibus, a arrumadeira Zizi da Silva, 51, pretendia chegar à Avenida Santo Amaro. “Passei meu Bilhete Único e vou ter de ficar sentada por duas horas”

 

RESPOSTA DA PREFEITURA/ A Prefeitura de São Paulo afirmou que a paralisação dos motoristas de ônibus se trata de uma relação privada entre empresários e empregados, mas  “acompanha de perto” por ser um serviço essencial. O município disse que cumpre rigorosamente suas obrigações contratuais e  o sistema  recebeu R$ 2 bilhões em subsídios neste ano. A SPUrbanuss (sindicato das empresas) não contabilizou os prejuízos, mas registrou pneus furados, vidros quebrados e chaves de ignição quebradas.

 

Fonte: IG


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