25/04/2008
Edição de 17/04/2008
Este ano, campanha nacional de sindicalistas será pela redução da jornada de trabalho
O chavão 'A união faz a força' nunca foi tão atual. Em nome dele seis centrais sindicais se uniram, no Pará, para as programações do próximo 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador. Fazem parte do grupo a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). A campanha nacional pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários é o principal item da programação deste ano.
'Todas as nossas conquistas históricas se deram graças à união. Por isso, optamos por juntar as seis centrais em torno de uma só pauta', explica o coordenador estadual da CTB/PA, José Marcos Araújo, o 'Marcão'. 'O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 5,4%. O País está crescendo e ainda pode crescer mais graças aos trabalhadores. Por isso, é justo que participemos desse crescimento', diz Marcão, para falar do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 39.301, dos senadores Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Paulo Paim (PT/RS), que prevê a redução inicial da jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 40. E, posteriormente, de 40 para 35 horas. Para a classe patronal, o custo das mudanças, segundo o Dieese, será de 1,3% da folha de pagamento atual, investimento a ser ressarcido em 12 meses graças a um aumento na produtividade que a medida deve gerar.
Essa redução deve refletir na geração de empregos. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 2,2 milhões de empregos novos serão criados inicialmente em todo o Brasil. 'E estamos falando de empregos com carteira assinada e todos os direitos do trabalhador assegurados', destaca Marcão. E, em médio prazo, mais 1,250 milhão de novas vagas.
Outros dois importantes pontos da pauta desse ano se referem à ratificação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A primeira trata do direito de negociação no serviço público e a segunda do impedimento de dispensa sem justificativa. O Brasil ainda não faz parte da lista dos países que ratificaram essas duas convenções. Os demais pontos são a reforma agrária e o fim do fator previdenciário. O ponto alto da programação do Dia do Trabalhador será o ato público na Praça do Operário, no dia 1, com passeata até a Praça da República.
Progamação das centrais sindicais
24/04 - Workshop 'Redução da jornada de trabalho', às 19 horas, no Sindicato dos Urbanitários
27/04 - Coleta de assinaturas para um abaixo-assinado pela redução da jornada de trabalho, às 9 horas na Praça da República
01/05 - Dia Internacional do Trabalhador com ato na Praça do Operário
28/05 - Dia Nacional de Mobilizações. Campanha unitária das centrais sindicais.
UGT - União Geral dos Trabalhadores