26/04/2016
A Democracia e desenvolvimento nas Américas foi o tema do seminário internacional que marcou na manhã desta terça-feira, dia 26, o início das atividades do 3º Congresso da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas – CSA. O Congresso o está sendo realizado no Hotel Holiday Inn, em São Paulo e irá eleger a nova diretoria da entidade para os próximos quatro anos.
A Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) é a expressão sindical regional mais importante do continente americano. Fundada em 2008, na cidade do Panamá, afilia 56 centrais sindicais de 23 países que representam 52 milhões de trabalhadores/as.
A UGT está filiada à CSA e na condição de segunda maior central sindical do Brasil, participa com delegados/as inscritos de acordo com as resoluções do Congresso.
A UGT montou um stand no local e ao longo dos três dias do evento divulga a luta da central por trabalho decente nas cadeias globais de produção , assim como a promoção do desenvolvimento local e sustentável, na Ilha do Bananal, tribos Karajá e Javaé.
Luta de classes, democracia e sustentabilidade
O termo “luta de classes” voltou a ganhar força no Continente, onde os trabalhadores precisam se organizar para defender a democracia e assegurar as conquistas dos direitos trabalhistas. “E para vencer esta luta de classes precisamos aprimorar o dialogo social” destacou o secretário Geral da CSA, Victor Báez , durante o seminário ao abordar as prioridades da Confederação frente ao contexto da região. Báez falou ainda sobre a questão da sustentabilidade. “A OIT foi criada para lutar pela justiça social, é preciso saber se esses valores continuam vigentes hoje em dia. Precisamos lutar por modelos que permitam a defesa dos direitos dos trabalhadores. Todos querem empresas sustentáveis, mas ninguém fala da sustentabilidade dos trabalhadores. As entidades sindicais precisam sair da defensiva e passar para o ataque. Não podemos ficar assistindo o capital consumir os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Para o sindicalista João Felício, presidente da CSI – Confederação Sindical Internacional – “o movimento sindical hoje está desprovido de ideologia. Não confundir com partido político, mas sim com uma classe social. Para o dirigente os sindicatos precisam ampliar sua representatividade. “Em todo mundo as organizações sindicais representam apenas 20% de todos trabalhadores. Portanto, existe um grande número de trabalhadores sem ter quem possa defender seus direitos. Mas para isso, os sindicatos precisam implementar novas formas de mobilização, pois estamos diante de uma nova realidade. Há alguns anos atrás a Volks no Brasil tinha cerca de 40 mil funcionários, hoje tem 15 mil e amanhã poderá ter 500, talvez cem. Temos que nos preparar para essa realidade, ponderou Felício. Quanto a democracia ele disse que o movimento sindical precisa estar ao lado dos que lutam pela democracia e criticou parcelas do movimento sindical que estejam atreladas a grupos que aplicam golpes “ como está ocorrendo no meu país”, afirmou Felício.
Também participaram do seminários o diretor do escritório Regional da OIT para a América Latina e Caribe, José Manuel Salazer Xirinachs, que falou sobre o futuro do trabalho e as perspectivas laborais da região; a diretora da ACTRAV/OIT Maria Helena André, cujo tema foram as oportunidades e desafios aos direitos trabalhistas e sindicais; a secretaria regional da UNI Américas, Adriana Rosenzvaig que discorreu sobre os Tratados de Livre Comércio; a diretora de direitos civis , humanos e das mulheres da AFL-CIO, Carmen Deseraie Berkley, que abordou a justiça racial no movimento sindical e o secretario de Política Econômica da CSA, Rafael Freire que falou sobre a PLADA (Plataforma de Desenvolvimento das Américas).
Para o Secretário de Integração para as Américas da UGT, Sidnei de Paula Corral, o seminário mostrou um fortalecimento do movimento sindical das Américas. “A CSA está mostrando uma preocupação com a nova postura dos sindicatos e dirigentes sindicais que precisam se reciclar afim de que possam sobreviver as crises atuais e as que ainda estão por vir”, destacou Corral.
Joacir Gonçalves, Imprensa UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores