15/04/2016
Nesta sexta-feira, 15/04, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) foi palco de encontro para a formalização do Fórum Racial das Centrais Sindicais - uma parceria com o Inspir (Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial) -, que teve como pauta de reunião a viabilização de um Projeto de Iniciativa Popular e a exibição do Relatório da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil.
Pelo combate da desigualdade do negro no mercado de trabalho e por um cuidado mais específico na área da saúde com a população afrodescendente, a UGT e as demais centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, Força e Nova Central) trouxeram como convidados, Bernardino Vitoy, conhecido como Guto, especialista da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS); Arnaldo Marcolino, diretor do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) e o Procurador Federal do Trabalho, Dr. Wilson Prudente.
Recentemente Dr. Wilson Prudente foi o responsável pelo relatório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pela Comissão da Verdade, com o enfoque para a comunidade negra, o qual aponta que deve haver uma reparação do País em relação à questão histórica da escravidão e propõe uma conferência interamericana no combate ao racismo para que chegue ao conhecimento de todos, a verdadeira história da escravidão.
“O regime internacional contra racismo é um conjunto de princípios, regras e procedimentos no combate à discriminação racial, para que tenhamos um mundo baseado no amor e mais solidário. Um mundo em que a população negra não viva mais no andar de baixo. Por isso nos envolver em lutas políticas, para dar continuidade ao resgate de nossa cidadania, a um mundo sem racismo”, declara o promotor.
“Nós, enquanto centrais sindicais, vamos discutir quais as ações que nós podemos fazer para nos engajar nessa questão desse relatório e qual a possibilidade de juntarmos forças em torno de um projeto de iniciativa popular”, informa Francisco Quintino, presidente do Inspir.
Ana Cristina Duarte, secretária da Diversidade Humana da UGT, que atua na causa da população negra junto à Cleonice Caetano de Souza, secretária da Segurança e Trabalho da UGT, comemora o encontro e destaca a importância da parceria de longa data com o Inspir.
“Vivemos um momento difícil. É preciso unir forças e ir para as ruas. Precisamos combater o racismo no mundo do trabalho, por isso se faz necessária a efetivação do Fórum Nacional das Centrais para dentro da unidade nação (na Secretaria de Combate ao Racismo de Diversidade Humana). Esse Fórum vem para fortalecer e tratar de políticas, da pauta unitária em torno do trabalhador, da saúde e da mulher”, acrescenta Ana Cristina.
Com as discussões e a criação da década afrodescendente no Brasil, Guto, da OPAS/OMS, é o responsável da agenda da saúde no País. “Nosso papel é o de construção coletiva. Somos aliados do governo, junto aos países, para uma agenda internacional de saúde. Aqui no Brasil, trabalhamos junto ao Grupo de Trabalho de Gênero, Raça e Etnia, pela ONU, que trata de harmonizar a atuação de todas as agências das nações unidas no País”, diz. Guto lembrou que nos dias 4, 5 e 6 de maio, em Salvador, a OPAS irá fazer uma oficina para a agenda da saúde, como forma de resgatar tudo o que foi construído nas políticas públicas até hoje e traçar os próximos passos.
Mariana Veltri – imprensa da UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores